"Maníaco do Parque": Relembre a tentativa de linchamento durante a transferência para Taubaté

Condenado pelos assassinatos de dez mulheres, ele ganhou notoriedade ao atrair jovens com promessas falsas de emprego como modelo, levando-as para o Parque do Estado, em São Paulo, onde as violentava e matava

Redação Band Vale

"Maníaco do Parque": Relembre a tentativa de linchamento durante a transferência para Taubaté
Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”
Reprodução

Francisco de Assis Pereira, conhecido como o “Maníaco do Parque”, chocou o Brasil no final da década de 1990 ao confessar o assassinato de dez mulheres no Parque do Estado, em São Paulo. 

Sua prisão e transferência para a Casa de Custódia de Taubaté, no Vale do Paraíba, foram marcadas por momentos de grande tensão e violência, incluindo uma tentativa de linchamento que mobilizou a polícia e causou revolta popular. Confira detalhes a seguir:

O “Maníaco do Parque”

Francisco de Assis Pereira, atualmente com 56 anos, ganhou o apelido de “Maníaco do Parque” devido ao local onde cometeu seus crimes, o Parque do Estado, na capital paulista. Ele escolhia suas vítimas a dedo, mulheres entre 17 e 27 anos, prometendo carreiras de modelo. Uma vez no parque, ele as estuprava, matava e enterrava. Entre as vítimas identificadas estão Patrícia Gonçalves, de 24 anos; Selma Ferreira, de 17; Raquel Mota, de 23; Isadora Fraenkel, de 19; e Rosa Alves, de 21. Outras duas mulheres não foram identificadas. Todas as vítimas apresentavam sinais de violência sexual e mordidas, além de estarem ajoelhadas quando foram encontradas, entre janeiro e agosto de 1998.

Hoje, Pereira cumpre pena em Iaras e divide cela com outros detentos. Embora a condenação tenha chocado o país, ele poderá voltar a circular em liberdade em quatro anos.

Rebelião e convivência com criminosos notórios

Durante sua passagem por Taubaté, Pereira esteve em uma das penitenciárias mais temidas do Brasil, famosa por abrigar criminosos de alta periculosidade. Entre eles, destacam-se nomes como Marcola, um dos líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), o Bandido da Luz Vermelha, Chico Picadinho e Pedrinho Matador. A Casa de Custódia foi palco de episódios violentos, incluindo a rebelião de 2000, da qual Pereira participou.

Tentativa de linchamento

No dia 14 de agosto de 1998, após ser capturado e confessar os crimes, Pereira foi levado do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em São Paulo, para Taubaté (SP). Ao chegar na sede do DHPP para ser transferido, uma multidão de mais de 200 pessoas já o aguardava na porta. 

Muitos dos presentes tentaram agredi-lo enquanto ele era conduzido pelos policiais. A equipe de segurança teve que formar um cordão ao redor do criminoso para garantir sua proteção, e com grande dificuldade, conseguiram levá-lo até o camburão que faria o transporte até o Vale do Paraíba.

Ao chegar à Casa de Custódia de Taubaté, outra multidão aguardava o “Maníaco do Parque”. Centenas de pessoas se reuniram em frente à penitenciária exigindo que ele fosse entregue para um linchamento.

Casa de Custódia de Taubaté

Berço do PCC

Em 31 de agosto de 1993, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté, conhecida como "Piranhão" e considerada a prisão mais segura de São Paulo na época, oito detentos se uniram para dar origem a um grupo que se tornaria a maior e mais organizada facção criminosa do país: o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Berço do PCC e 'fábrica de monstros', Casa de Custódia de Taubaté vai ser  fechada
Imagem/ Divulgação

Histórico do Hospital

  • Fundado em 26 de agosto de 1955, originalmente como Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté.
  • Instalado no antigo prédio da Penitenciária Agrícola de Taubaté.
  • Em 1985, o Centro de Readaptação Penitenciária (CRP) foi anexado ao hospital.
  • Em 2002, a Casa de Custódia passou a se chamar Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico "Dr. Arnaldo Amado Ferreira".
  • Em 2019, a unidade passou por reforma, ampliando sua capacidade e melhorando a qualidade da assistência aos internos.

A Casa de Custódia de Taubaté, em São Paulo, já foi lar de alguns dos criminosos mais notórios do Brasil, como Sombra, Marcola (um dos líderes do PCC), Bandido da Luz Vermelha, Pedrinho Matador e o próprio Chico Picadinho.

Embora a unidade esteja em processo de desativação desde 2023, com previsão de fechamento definitivo até o final de 2024, vale destacar que, no momento, apenas Chico Picadinho permanece preso em Taubaté.

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