Conhecida por sua paisagem verde e apelidada por muitos como a "Suíça Brasileira", Campos do Jordão (SP) ganhou um novo cenário após os incêndios que atingiram a cidade mais alta do Brasil. Os focos de fogo foram controlados na manhã desta quarta-feira (11), mas as marcas da destruição ainda são visíveis.
As chamas, que começaram na manhã de terça-feira (10), consumiram uma área equivalente a mais de 12 campos de futebol. Após mais de 20 horas de combate, os incêndios foram extintos por volta das 9h30, segundo a Defesa Civil estadual. As causas do incêndio ainda não foram identificadas.
Um dos principais focos ocorreu na Rua Eulino Ramos, no bairro Vila Fracalanza, onde aproximadamente 9 hectares foram queimados. Outros focos foram registrados no Condomínio Ecológico, na Avenida São Paulo, bairro Colinas, e ao longo da Rodovia Floriano Pinheiro (SP-123). As equipes de emergência continuam monitorando as áreas afetadas para evitar o reaparecimento das chamas.
De tratamento da tuberculose para alerta na qualidade do ar
Campos do Jordão (SP), historicamente conhecida por seu clima saudável e utilizada como cidade sanatório no final do século XIX, enfrenta um novo e preocupante cenário: a deterioração da qualidade do ar. De acordo com a Defesa Civil estadual, a qualidade do ar no município é aceitável para a maioria das pessoas, com URA em 40%. No entanto, grupos sensíveis podem apresentar sintomas leves a moderados em caso de exposição prolongada, como idosos e pessoas com problemas respiratórios. A situação contrasta com o passado da cidade, que foi um importante centro de tratamento para doenças respiratórias, como a tuberculose.
Apesar do passado de clima saudável, Campos do Jordão atualmente enfrenta desafios ambientais que afetam diretamente a qualidade do ar. As queimadas recentes têm sido um fator determinante para a queda dos índices de qualidade atmosférica. Nesta semana, em menos de 24 horas, foram registrados três focos de incêndio na cidade, agravando a poluição.