A Justiça determinou que Cristian Cravinhos de Paula e Silva, condenado a 38 anos de prisão pelo assassinato do casal Richthofen, em São Paulo, passe por um exame criminológico. A decisão foi publicada nesta sexta-feira (21).
O exame visa avaliar se Cravinhos possui condições de progredir para o regime aberto e cumprir o restante da pena em liberdade. A decisão decorre de um pedido de progressão de regime formulado por Cravinhos, que alegou o cumprimento dos requisitos objetivos e subjetivos necessários. No entanto, conforme estabelecido pela lei, a realização do exame criminológico é obrigatória.
O Juízo fixou um prazo de 40 dias para sua elaboração. A avaliação será conduzida pela Equipe Técnica do Presídio Dr. Tarcizo Leonce Pinheiro Cintra e deverá responder a uma série de quesitos, incluindo:
- Análise da personalidade de Cravinhos;
- Introjeção de valores éticos e morais;
- Presença de agressividade e impulsividade;
- Mecanismos de contenção dos impulsos;
- Elaboração de crítica sobre os delitos cometidos;
- Predomínio de atividades impulsivas;
- Tolerância a frustrações;
- Possibilidade de reincidência;
- Outras considerações relevantes.
As partes envolvidas no processo foram notificadas e têm um prazo de cinco dias para apresentar outros quesitos que considerem pertinentes, os quais serão encaminhados à unidade prisional para inclusão na avaliação.
Próximas etapas
Após a realização do exame criminológico, o relatório será encaminhado ao Ministério Público para nova análise. O processo de execução criminal será, então, digitalizado e encaminhado ao Departamento Estadual de Execução Criminal competente para continuidade da fiscalização.
A decisão da Justiça marca um passo na avaliação das condições de progressão de regime para Cristian Cravinhos, que busca cumprir o restante de sua pena em liberdade, conforme os critérios estabelecidos pela legislação vigente.
Condenação de Cristian
Cristian foi condenado a 38 anos e 6 meses de prisão pela morte de Manfred e Marísia Richthofen na casa da família, na zona sul de São Paulo. O crime foi praticado em 2002 e os réus condenados em 2006 durante júri popular.
Irmão de Daniel Cravinhos e cunhado de Suzane, Cristian havia sido beneficiado pelo regime aberto em 2017, quando deixou a Penitenciária Doutor José Augusto Salgado, P2 em Tremembé, mas foi detido em abril 2018 após tentar subornar policiais militares em Sorocaba. Neste caso o réu foi condenado a quatro anos e 8 meses, e desde então voltou a cumprir pena em Tremembé.