A Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deflagraram nesta quarta-feira (28) a Operação Concierge, que tem como objetivo desmantelar uma organização criminosa envolvida em lavagem de capitais, evasão de divisas e blindagem patrimonial. Entre os alvos da operação estão 57 pessoas físicas e jurídicas localizadas em diversas cidades dos estados de São Paulo e Minas Gerais, incluindo Ilhabela.
A operação investiga o uso de duas fintechs, empresas de tecnologia financeira, que teriam sido utilizadas pela organização para movimentar e ocultar grandes somas de dinheiro de origem ilícita. Essas fintechs, operadas por sócios ostensivos e ocultos, teriam movimentado R$ 3,5 bilhões entre 2020 e 2023, facilitando a fraude fiscal e a blindagem patrimonial dos envolvidos.
Em Ilhabela, assim como em outras cidades, as autoridades realizaram buscas e apreensões em empresas e residências ligadas à operação. A Receita Federal concentrou seus esforços em 12 dos alvos, todos pessoas jurídicas, para coletar documentos de interesse tributário.
Entre as práticas investigadas está o uso de uma "conta garantida", oferecida pelas fintechs, que permitia livre movimentação financeira sem risco de bloqueios judiciais, além de uma "conta bolsão", que dificultava o rastreamento das transações ao concentrar recursos de diversos clientes em uma única conta bancária.
As investigações revelaram que um dos clientes dessas fintechs possui uma dívida ativa de R$ 254 milhões com a União, demonstrando o alcance e a complexidade das fraudes cometidas.
A Operação Concierge representa um passo significativo na luta contra o crime financeiro no Brasil, com Ilhabela figurando como um dos locais estratégicos para a execução das medidas legais e fiscais necessárias para combater essa rede criminosa.