Na manhã desta quinta-feira (9), a queda de um avião de pequeno porte na orla da praia do Cruzeiro, em Ubatuba, próximo à pista de skate, mobilizou autoridades e moradores. Além das equipes de resgate, o comerciante Pedro Romano foi uma das primeiras pessoas a chegar ao local e prestar assistência. Ele compartilhou detalhes dos momentos de tensão que vivenciou ao presenciar o acidente.
A queda e os primeiros socorros
O acidente aconteceu por volta das 10h, quando a aeronave de matrícula PR-GES caiu capotada na água, com partes dos destroços espalhadas pela calçada. O comerciante Pedro Romano estava trabalhando em um estabelecimento próximo e foi atraído pelo som alto do avião, que chamou sua atenção antes do impacto.
“A princípio eu ouvi um barulho muito alto do avião passando muito perto e saí para fora da cozinha para ver e daí na hora que eu abri a porta foi a hora que eu vi um avião explodindo ali na avenida, a explosão do fogo, tudo ao mesmo minuto. Foi o tempo de raciocínio: sair correndo e lá para ver o avião, o que tinha acontecido. Daí chegando lá, eu estava com um avião pegando fogo em cima da... uma parte pegando fogo em cima da calçada e outras lá na água mesmo, em cima do avião”, relatou.
A tentativa de salvar o piloto e os ocupantes
Pedro descreveu a cena caótica no local e os esforços iniciais para retirar as vítimas:
“Um dos rapazes que estava com a gente ali na hora que chegou junto, ele a princípio ouviu gritos ali no avião. Foi a hora que a gente ignorou o fogo e foi ali pro avião. Foi onde a gente foi ver, e o piloto tava com a mão batendo na janela, pedindo socorro, né? Por causa do acidente, tudo... O avião, ele caiu capotado na água, então o piloto estava de ponta na cabeça. Ele tava sentado com a cabeça na água.”
Apesar do fogo e do risco de novos incidentes, moradores e policiais quebraram janelas para resgatar as vítimas. Pedro relatou que o piloto estava preso nos destroços, com a cabeça submersa, mas ainda se mexendo. Uma mulher e duas crianças também estavam na aeronave.
“A gente começou a tentar tirar ele, mas não conseguia porque ele tava preso no destroço e a maré começou a subir. Nesse que a maré começou a subir, a gente começou a quebrar a última janela, que foi onde apareceu uma mulher. Quando a fumaça saiu tudo ali, uma mulher tirou a cabeça pra fora e começou a tentar respirar. A princípio a gente também conseguiu já ver uma criança, que foi uma menina. Ela foi a primeira vítima a sair do avião pela janela.”
Resgate com apoio das autoridades
Logo após o início do resgate, equipes da Defesa Civil, Guarda Civil Municipal, Secretaria de Segurança, bombeiros e Polícia Militar chegaram ao local. Ao todo, 20 bombeiros atuaram na operação, que contou com o apoio de moradores como Pedro Romano.
As crianças foram retiradas pelas janelas, enquanto a mulher e um homem adulto foram retirados com a ajuda dos bombeiros pela porta traseira da aeronave. O piloto foi o último a ser resgatado, mas não resistiu aos ferimentos. Seu óbito foi confirmado às 11h23.
Oito vítimas e investigações em andamento
O acidente deixou oito vítimas, sendo cinco ocupantes da aeronave – três adultos e duas crianças – e três pedestres que estavam próximos à pista de skate. As causas da queda ainda estão sendo investigadas pelas autoridades, e o local permanece isolado para perícia.
Atendimento às vítimas
"A Santa Casa de Ubatuba informa que, em relação ao acidente envolvendo o avião ocorrido em Ubatuba, as vítimas encaminhadas ao hospital foram prontamente atendidas e estão sendo assistidas por uma equipe de especialistas.
O médico emergencista Dr. Alan Mercadante, coordenador da emergência do hospital, está liderando a operação, que envolve profissionais de diversas especialidades, como cirurgia, ortopedia, anestesia e pediatria, para garantir o melhor cuidado possível às vítimas.
Até o momento, cinco pessoas (3 adultos 2 crianças) deram entrada na Santa Casa de Ubatuba: quatro ocupantes do avião e uma pessoa que passava pelo local no momento do acidente. A Santa Casa de Ubatuba segue empenhada em prestar todo o suporte necessário às vítimas."