Helicóptero desaparecido: cães farejadores irão auxiliar nas buscas pela mata

Uma empresa foi acionada por familiares das passageiras para realizar os serviços de buscas paralelas

Redação Band Vale

Buscas por helicóptero desaparecido em SP somam mais de 90 horas de voo
Divulgação/ FAB

As buscas pelo helicóptero desaparecido completaram 10 dias nesta quarta-feira (10) e irão ganhar um reforço. A aeronave sumiu no fim do ano passado, a caminho de Ilhabela, no Litoral Norte de São Paulo. 

Desde então, a FAB (Força Aérea Brasileira) e o comando de aviação da Polícia Militar fazem sobrevoos na região entre Paraibuna e Natividade da Serra. Até o momento, o helicóptero não foi encontrado.

Nesta quarta, os familiares das passageiras, que são mãe e filha, começaram buscas paralelas. Uma empresa foi acionada para realizar buscas com cães farejadores.

"Nós conseguimos uma empresa voluntária que vai colocar os cães na mata. Inclusive, eles pediram agora pra gente separar peças de roupas da Letícia e da Luciana. E eu e minha irmã vamos levar até aí, porque como eles são de campinas, eles não vão passar por aqui. Então, nós vamos ter que levar aí as peças de roupa. Inclusive, eles pediram pra separar no saquinho, separado, tudo direitinho", comentou a irmã de Luciana, uma das passageiras da aeronave.

O que se sabe até o momento

Histórico do caso

- A decolagem do helicóptero ocorreu no início da tarde de domingo (31) no Aeroporto Campo de Marte, em São Paulo, com destino a Ilhabela, no litoral norte. O desaparecimento aconteceu aproximadamente duas horas depois.

- O último contato do piloto com a torre de controle foi em torno das 13h10, enquanto sobrevoava a cidade de Caraguatatuba.

- Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), a aeronave - prefixo PRHDB, modelo Robson 44 (cinza e preto) - estava com a situação regularizada.

Sobre as vítimas

Os ocupantes do voo foram identificados como Luciana Rodzewics, sua filha Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, o amigo da família Rafael Torres e o piloto, cujo nome ainda não foi divulgado. Antes do desaparecimento, Letícia enviou vídeos e mensagens ao namorado, alertando sobre as condições climáticas adversas, mencionando neblina e baixa visibilidade, e expressando sua intenção de retornar.

Piloto teve licença cassada pela ANAC

A ANAC emitiu uma nota a respeito do helicóptero que desapareceu na Serra do Mar, em SP. Em nota, a ANAC afirma que a aeronave desaparecida no Litoral Norte, após contato com o controlador do heliponto de Ilhabela, estava em situação regular. 

Com relação ao histórico do piloto, Cassiano Tete Teodoro, que estava à bordo da aeronave, a Agência confirma que ele teve a licença cassada em 2021, por condutas infracionais. A nota ainda confirma que em outubro de 2023, o piloto obteve uma nova licença, após cumprir o prazo da penalidade, que havia sido mantida pela justiça. 

A defesa do piloto alega que o fato que gerou a penalidade foi injusto: “Ocorre que, no momento em que estava realizando o procedimento de taxi, surgiram duas pessoas, sem qualquer identificação visível, acenando para o Piloto. Destaca-se que ausência de colete indicativo da ANAC dificultaria o reconhecimento, uma vez que apenas um crachá ou algo que o valha, não seria adequadamente visualizado pelo piloto, que estava ocupando o cockpit da aeronave. O surgimento de pessoas na pista, após o acionamento da aeronave sobressaltou o piloto, pelo justo temor de acidente, motivo pelo qual achou por bem optar pela decolagem, ainda mais que já tinha autorização da Torre de Controle.”

Local de pouso forçado é encontrado 

A mais nova peça do quebra-cabeças que tenta localizar o paradeiro do helicóptero que desapareceu a caminho do litoral norte há uma semana foi descoberta por um grupo de voluntários de São José dos Campos, o que possibilitou o avanço das investigações. Durante uma operação com o uso de drones, neste sábado (06), eles conseguiram encontrar o ponto exato que a aeronave teria feito um pouso forçado no último domingo, antes de desaparecer. Cerca de sete pessoas participaram da ação. Uma equipe da Band Vale acompanhou com exclusividade o trabalho dos profissionais. 

Área queimada

Uma área queimada no meio da vegetação, próximo a represa, em Paraibuna, foi o que despertou a atenção do grupo. Os voluntários fizeram a comparação com uma foto feita por uma das passageiras e enviada por ela durante a viagem por um aplicativo de mensagens.  

O queimado no gramado mostra que a aeronave teria quase tocado o solo durante o pouso forçado. Mas logo depois o piloto teria alçado voo novamente, quando desapareceu. O ponto encontrado foi informado à polícia, que foi até o local e segue com as investigações a partir da nova evidência.  

Os voluntários são especializados em drones e também pilotos de aeronaves. Eles participam das buscas com autorização das forças de segurança. Além dos drones, a equipe também trabalha a pé pela mata e conta com os relatos de moradores da região.

Buscas pela aeronave

Apesar dos esforços da FAB (Força Aérea Brasileira) e da Polícia Militar, o veículo ainda não foi encontrado. As aeronaves já cumpriram aproximadamente 92 horas de voo.

(Divulgação/ FAB)

Mais notícias

Utilizamos cookies essenciais e tecnologias semelhantes de acordo com a nossa Política de Privacidade e, ao continuar navegando, você concorda com estas condições.