Os estudantes do curso de medicina de Taubaté realizaram nesta terça-feira (29) mais um protesto contra a situação do HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté). De acordo com o diretório acadêmico, esse é o terceiro protesto realizado na frente do hospital.
A manifestação ocorreu após a suspensão dos ambulatórios. O Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro, que representa os estudantes do curso, afirmou que o ato foi realizado por conta da situação do Hospital Municipal Universitário de Taubaté. Na última semana, o Jornalismo da Band Vale divulgou que o hospital suspendeu atendimentos ambulatoriais e passou a atender apenas casos de urgência e emergência.
Segundo o Diretório Acadêmico, a suspensão dos atendimentos atrapalha a vida dos estudantes, que fazem estágio no local. A Universidade de Taubaté (UNITAU) foi procurada e afirmou que “desenvolve atividades pedagógicas em parte dos ambulatórios do Hospital Municipal Universitários de Taubaté (HMUT), alguns exemplos são a Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia. Já as atividades de residência estão concentradas nas áreas de Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Neonatologia, Oftalmologia, Ortopedia, Pediatria e Urologia. O HMUT é um importante campo de estágio para os alunos dos cursos de saúde da UNITAU. As atividades pedagógicas estão garantidas também por meio de novos convênios.”
Os estudantes estavam com roupas pretas e cartazes com frases contra a situação do hospital. Entre os cartazes estavam “O município não tem dinheiro para manter o HMUT”, “Não abriremos mão do nosso Hospital Universitário” e “Muito além do $”.
A Prefeitura de Taubaté foi procurada pelo Jornalismo da Band Vale e informou que não irá se posicionar sobre a manifestação.
Aditivo de R$ 1.5 milhão por mês ao HMUT
O Governo do Estado de São Paulo oficializou nesta segunda-feira (28) um aditivo de R$ 1.5 milhão por mês ao HMUT (Hospital Municipal Universitário de Taubaté).
De acordo com a nota encaminhada pela Prefeitura de Taubaté, esse valor será um complemento ao repasse mensal de R$ 2 milhões já efetuado pelo Estado ao município, dentro do convênio firmado entre as partes. Junto com o repasse extra, novas metas e condições serão estabelecidas dentro do convênio, além do que Taubaté já cumpre.
O termo aditivo tem validade até dezembro de 2023, quando o convênio expira. Como Taubaté já demonstrou, desde o ano passado, interesse na renovação do termo de cooperação, o valor extra será incorporado na próxima pactuação, em 2023, totalizando R$ 3,5 milhões mensais destinados pelo Estado ao HMUT. O repasse extra do Estado deve ser enviado com urgência, segundo expectativa da Secretaria Municipal de Saúde.
Crise no H-MUT
A situação financeira problemática se arrasta há meses, atingindo seu ápice no dia 10 de agosto, quando a SPDM enviou um ofício à Prefeitura cobrando uma dívida que totaliza quase R$ 24 milhões. Nesse documento, a associação alertou para o risco iminente de paralisação dos serviços no HMUT devido à falta de recursos. A Prefeitura, no entanto, contestou a quantia da dívida e afirmou ter respaldo jurídico para evitar a interrupção dos serviços de saúde.
