Um dos baratos do Oscar dar mais espaço a filmes internacionais é a possibilidade de vermos títulos diferentes, que fogem da fórmula hollywoodiana. No Oscar 2022, o japonês Drive my Car (Doraibu mai ka) é o destaque.
A história, totalmente inusitada, prende do início ao fim por não dar pistas do que está por vir na próxima cena. O título, dirigido por Ryûsuke Hamaguchi, narra a trajetória do diretor de teatro Yûsuke, interpretado por Hidetoshi Nishijima.
Dentro de seu carro, o SAAB 900, Yûsuke tem complexos diálogos enquanto tenta seguir em frente após a morte da esposa, com quem tinha um relacionamento complicado, apesar do amor e cumplicidade entre eles.
Algumas das conversas são com pessoas reais, outras são com fitas gravadas, que o nosso protagonista usa para decorar diálogos de sua principal peça, Uncle Vanya, que ganha uma releitura, motivo pelo qual, uma motorista é contratada para levar o diretor a diversos lugares.
Drive my car é um filme que mostra vários recomeços, carregado por diálogos densos, uma fotografia deslumbrante e personagens inusitados que surpreendem o telespectador.
Com enredo e desenvolvimento tão inusitados, é difícil saber como a academia vai avaliar o filme entre os melhores do ano. Mas é um excelente filme para reflexão sobre a trilha da vida.
