A administração municipal de Taubaté gastou mais de R$ 50 milhões na compra de duas áreas que deveriam abrir mais vagas na educação infantil em 2021, porém quem entra no prédio da antiga Associação Desportiva Militar de Taubaté (ADPM), percebe que o prédio está abandonado.
O espaço foi adquirido pela Prefeitura em outubro de 2021, ao preço de R$ 31 milhões. O município justificou a compra alegando que ali funcionaria uma nova unidade do Sedes, o sistema educacional de desenvolvimento social, que inclui uma escola municipal e um parque para os munícipes.
Dois anos depois da compra, a Prefeitura abriu uma licitação para um estudo arquitetônico e urbanístico da obra. O escritório de arquitetura Schiffino & Junqueira, que tem sede no rio de janeiro venceu a licitação promovida pela prefeitura por R$ 830 mil pela elaboração, o valor máximo era de R$ 1,6 milhão. Após a assinatura do contrato, o escritório terá prazo de 18 semanas para concluir o estudo, prazo que ainda não acabou.
Moradores da região do bairro Piracangaguá que passam pelo local reclamam do visível abandono e falta de segurança. Pichações, lixos e sinais de arrombamento assustam a população. A promessa da gestão pública é que, no espaço, uma nova escola com 46 salas ofereça mais de 1.100 vagas para alunos. Atualmente, 233 crianças aguardam por um vaga na educação infantil em Taubaté. Enquanto isso não se torna realidade, os moradores pedem, ao menos, mais segurança na área.
O que diz a Prefeitura
Em nota, encaminhada para o Jornalismo da Band Vale, a Prefeitura de Taubaté informou que o espaço da antiga Associação Desportiva da Polícia Militar (ADPM) vai abrigar a “Cidade Criança” e que uma empresa foi contratada para elaborar o projeto arquitetônico e urbanístico do local.
A Secretaria de Educação reforça que a quadra poliesportiva já está recebendo obras de reparo. A Secretaria de Segurança informou também que promove ações de segurança através de rondas da Guarda Civil Municipal (GCM) e que mantém de forma permanente um guarda nas dependências do prédio para a vigilância e proteção do espaço.
A Prefeitura ainda destacou que na avenida Carlos Pedroso da Silveira, principal via de acesso a ADPM, há câmeras de monitoramento do Centro de Gestão Integrada (CGI), que também contribuem para a segurança da área.
Estrutura da obra
O Sedes 2 deve ser construído em duas áreas vizinhas no bairro Piracangaguá, que somam 138 mil metros quadrados e foram adquiridas por R$ 31,2 milhões no fim do primeiro ano do governo José Saud (MDB), em 2021.
Em uma delas funcionava a antiga ADPM (Associação Desportiva da Polícia Militar). O complexo terá 46 salas de aula, com capacidade para 1.185 alunos. A prefeitura ainda não tem estimativa de custo e de prazo para a obra. Tudo isso deve ser definido no projeto executivo da nova unidade, que já foi batizada de complexo educacional cidade da criança.
Uma das áreas, de 98 mil metros quadrados, concentrará as salas de aula. Serão 13 salas de ensino fundamental 1, para 30 alunos cada; nove salas para ensino fundamental 2 (capacidade para 35 alunos/cada); seis salas de berçário (20 crianças/cada); seis salas de maternal (20 crianças/cada); seis salas para a 1ª etapa do infantil (20 crianças/cada); seis salas para a 2ª etapa do infantil (20 crianças/cada). Essa primeira área também terá auditório, estacionamento, escola de educação no trânsito, centro de educação artística, concha acústica para 1.000 pessoas, escola de inserção digital e saguões para exposições.
A segunda área, com 40 mil metros quadrados, deve ter uma unidade da AEFI (Escola de Atletas e Formação Integral) com capacidade para 300 alunos por período, dois ginásios esportivos, três piscinas, quadras poliesportivas descobertas e quadras de areia.