O Dia Internacional da mulher é celebrado nesta segunda-feira, 8. A data foi oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para simbolizar a luta das mulheres por condições equiparadas aos homens.
Para lembrar a data em um ano tão atípico, a Band Vale mostra a história de mulheres que fazem parte do grupo de serviços essenciais e estiveram na linha de frente da pandemia causada pelo coronavírus.
Beatriz Franklin de Carvalho, de 43 anos, precisou ficar mais de três meses sem ver a família. A médica se afastou dos entes queridos para prevenir que eles não contraíssem a Covid-19. Ela trabalha há quatro anos na Santa Casa de São José dos Campos e não imaginava que 2020 seria um ano tão difícil.
“Foram momentos de desafios grandes. A saudade fala alto! Foi difícil, mas é preciso entender a necessidade desse afastamento”, explica a médica.
Ela viu os amigos de profissão se afastando por contraírem a Covid-19. Os plantões dobraram e Beatriz chegou a trabalhar por oito noites seguidas. Mas ela nunca desistiu.
“Eu, particularmente, faço plantões noturnos, que são mais puxados. Com a ausência dos colegas, a gente precisa se desdobrar para conseguir trabalhar. Um pouco mais de cansaço, mas a gente colabora para trabalhar com qualidade”, desabafa.
Patrícia Leite, de 35 anos, descobriu que estava grávida em março do ano passado, dias antes do Governo Estadual decretar a quarentena. A técnica de enfermagem nem podia imaginar que a gestação de Henry seria totalmente diferente dos outros dois filhos. Patrícia trabalhou na área da saúde em plena pandemia, ela é funcionária de duas Unidades de Pronto Atendimento em São José dos Campos e, mesmo gestante, ela continuou na assistência médica durante a gestação.
“Trabalhar durante a pandemia trouxe um mix de sentimento, porque ao mesmo tempo que me sentia ansiosa e tensa, por ser gestante e ter duas crianças pequenas, havia também a sensação boa de estar fazendo a diferença, de ser essencial, e até mesmo um porto seguro para os pacientes, familiares, que estavam atordoados, apavorados com a situação”, conta.
Para garantir a segurança por ser gestante, Patrícia fez exames e passou por uma avaliação da Medicina do Trabalho e pode continuar exercendo sua função nas unidades de saúde. Neste momento, a técnica em enfermagem está de licença maternidade, mas já pensa em voltar ao trabalho com segurança. “Agora temos a vacina, acredito que quando eu voltar vai estar tudo melhor, espero que até as crianças já estejam imunizadas”, ressalta.
Lugar de mulher, é onde ela quiser: Adirléia Cristina Roza, de 43 anos, é uma das nove mulheres motoristas de ônibus em São José dos Campos que continuaram trabalhando durante a pandemia. Ela ficou afastada dos pais por um tempo, já que eles fazem parte do grupo de risco, as vídeo-chamadas eram o único meio de matar a saudade. “Eu não me vejo parando de fazer isso. Eu gosto muito do que eu faço”, conta.
Para Adirléia, trabalhar na pandemia foi um desafio. “Tudo era muito incerto”, destacou. Ela sempre se protegeu e orientava os passageiros sobre a importância do uso da máscara e muitos se resistiam em usar. “A gente tem medo, mas precisamos ter cuidado. A gente consegue levar”, explica.
Há 21 anos, Rosemary Luíza Bernardes Lemes, de 54 anos, é Guarda Civil Municipal de São José dos Campos, ela é uma das 24 mulheres que faz parte da corporação, que possui 327 agentes. As mulheres correspondem a 7,3% do efetivo. Quando começou, apesar de muitos duvidarem, ela recebeu muito apoio para se tornar o que é.
“É representar a força da mulher, mostrar que ela pode o que quiser. O serviço não tem diferença, é igual para homens e para mulheres”, comenta a GCM.
No ano passado, ela contraiu a Covid-19 trabalhando e ficou internada por 13 dias. Ao receber alta do hospital, os colegas de farda fizeram um comboio com as viaturas em frente a cada de Rosemary, que foi aplaudida pelos amigos. “Eu tive muito apoio dos meus amigos da guarda. Eu agradeço por cada aprece que eles fizeram. Foi bastante emocionante ver eles no portão de casa”, relembra.