Debate da Band: Entenda como foi o primeiro confronto da disputa presidencial

Debate presidencial chegou a ter mais de 1 milhão e oitocentas mil pessoas assistindo simultaneamente pelo Youtube

Redação Band Vale

Candidatos à presidência da república no estúdio do debate da Band Renato Pizzutto / Band
Candidatos à presidência da república no estúdio do debate da Band
Renato Pizzutto / Band

A Band mais uma vez saiu na frente ao promover o primeiro confronto da disputa presidencial, em parceria com a TV Cultura, UOL e Folha de São Paulo.

Foram quase três horas de um debate histórico, em que os eleitores tiveram a oportunidade de conhecer melhor os candidatos e suas ideias.

Durante o debate presidencial houve acusações, ataques, exposição de ideias de governo e embates durante vários momentos da transmissão.

Jair Bolsonaro(PL)

O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro candidato por sorteio a perguntar para um adversário e escolheu seu principal adversário, o ex-presidente Lula.

Bolsonaro perguntou sobre a corrupção na Petrobras. “Presidente Lula, o senhor quer voltar ao poder para quê? Para continuar fazendo a mesma coisa na Petrobras?”

O presidente destacou que a eleição está polarizada e que no passado Lula apoiou Hugo Chavez e Nicolas Maduro na Venezuela. 

Bolsonaro também disse que é um defensor dos direitos das mulheres. O candidato foi alvo de críticas das senadoras Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União) após criticar a jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, que fez uma pergunta para Ciro Gomes (PDT) sobre a política do governo Bolsonaro sobre vacinas. A jornalista disse que houve desinformação sobre as vacinas contra a covid-19 que foram disseminadas por Bolsonaro.

"Vera, acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão em mim. Não pode tomar partido num debate como esse. Fazer acusações mentirosas a meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro", disse Bolsonaro.

Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

Lula destacou os feitos do governo entre 2003 e 2010 e no da ex-presidente Dilma Rousseff (2011-2016), além da aliança com Geraldo Alckmin para ser o vice na chapa petista.

“Eu fui procurar um companheiro com a experiência de 16 anos de governo de São Paulo para me ajudar a governar esse país. Eu sei o que fiz, sei o que vou fazer, e por isso não entro no campo da promessa fácil porque sei o quanto é difícil”. 

Durante as declarações finais, o ex-presidente disse que acabará com os sigilos de 100 anos impostos pelo governo sobre algumas informações, a exemplo do acesso de pastores investigados no escândalo do Ministério da Educação.

“Estou aqui, candidato, para ganhar as eleições e aí, sim, num decreto só eu apagar todos os seus sigilos, que eu quero descobrir do que o senhor tem tanto medo”, disse Lula durante direito de resposta concedido pela comissão do debate.

Ciro Gomes (PDT)

O ex-governador do Ceará, ex-ministro e advogado, de 64 anos, fez críticas aos governos de Lula e Bolsonaro, dando o tom de como seria sua participação no evento.

“O que precisa mudar no Brasil exige que nós concertemos uma nova cumplicidade com o povo brasileiro. Não vamos sair desses 11 anos de estagnação econômica, de modelo que trouxe a corrupção ao centro do modelo - tanto o partido encarnado quanto partido azul é a mesma coisa, mesma gente - se nós não trouxermos o povo lucidamente, conscientemente, com a inteligência e não com lambanças emocionais que servem para incitar gente na véspera da eleição e depois fica o trago amargo da decepção”, disse.

Nas considerações finais, Ciro Gomes criticou a política econômica brasileira e pediu "oportunidade para mudar o modelo de governança". Afirmou que "o amor e o sentido moral de sua vida" é o Brasil.

Simone Tebet (MDB)

A candidata à presidência da república, Simone Tebet (MDB), falou das suas propostas de governo, harmonia entre poderes e citou os principais pontos que preocupam os brasileiros: economia, educação, saúde pública e tem o discurso em tom de pacificar o Brasil caso seja eleita.

Durante o debate, Simone Tebet falou sobre pandemia, sua participação na CPI da Covid-19 em 2021, sua preocupação em como diminuir a fila do SUS. Simone também comentou sobre suas principais propostas para o ensino médio e incentivo aos jovens para que permaneçam nas escolas.

Sua proposta é criar o “Poupança Jovem”, onde cada estudante ganhará dinheiro de forma anual e no final do terceiro ano do ensino médio receberá um valor de R$ 5 mil, que ficará disponível para comprar o que desejar, como uma moto ou celular. “A educação vai ser prioridade, pela primeira vez na história do Brasil. Eu sei porque sou professora, a educação salva”, comenta Simone. 

“No país da fome, da miséria, dos candidatos falando do passado, alimentando ódio… o Brasil é muito maior que Bolsonaro e Lula. Vamos colocar pessoas em primeiro lugar, acabar com a fome e combater a discriminação”, reitera Tebet. Ela finaliza dizendo que, se eleita, vai recuperar o Brasil de verdade e vai resolver definitivamente os problemas da população. 

Soraya Thronicke (União Brasil)

Durante a participação de Soraia Thronicke (União Brasil) no primeiro debate presidencial de 2022 ela falou sobre educação, feminismo e sobre o papel do Sistema Único de Saúde (SUS).

Ela destacou como solução para o Brasil a criação do imposto único federal. “Nós trocaremos 11 impostos federais por um imposto só. No decorrer deste debate você vai conhecer mais sobre essa proposta inovadora e revolucionária.”

Em suas considerações finais, Soraya Thronicke agradeceu ao Grupo Bandeirantes, TV Cultura, UOL e Folha de S. Paulo pela oportunidade de debater. “Chega de briga e de confusão, o Brasil precisa de paz, de união, precisa de alguém que cuida das pessoas. Eu ao lado de Marcos Cintra sou esse alguém. O que eu quero é resolver e trazer solução para sua vida. Eu saí da fila dos que reclamam para a fila dos que fazem. Eu critico, mas trago a solução", finalizou. 

Felipe D'Ávila (Novo)

Questionado pelo ex-presidente Lula sobre questões climáticas e ambientais, Felipe d'Ávila afirmou que a retomada do crescimento econômico do Brasil depende de uma política ambiental que faça o Brasil ser a primeira nação carbono zero entre as grandes potências econômicas. 

O candidato do Novo trocou farpas com Soraya Thronicke (União Brasil) ao discordarem sobre fundo eleitoral. “Qual é a dignidade de se aprovar uma excrescência que é esse fundo eleitoral, uma indecência?”, questionou à adversária. 

“É uma vergonha usar este dinheiro, que deveria ir para a saúde, para a educação, para financiar campanha política. E, sabe, candidata, a senhora, que gosta de mercado, é exatamente isso: candidato bom consegue levantar dinheiro, e não é dinheiro pessoal, não. Nós temos candidato no Brasil inteiro mostrando aí: governador Zema, nossos deputados federais, estaduais que levantam dinheiro, fazem campanha barata, e fazem campanha com o apoio das pessoas. São pessoas aguerridas, que querem ver a representação política no Brasil mudar no Congresso, que isso é uma vergonha. Ninguém representa o pagador de imposto no Congresso Nacional."

Em suas considerações finais, Felipe d'Ávila afirmou que para mudar o Brasil, é “precisamos de um projeto de país, precisamos de gente competente, precisamos de gente com caráter, liderança e coragem pra transformar o Brasil”.

O debate presidencial chegou a ter mais de 1 milhão e oitocentas mil pessoas assistindo simultaneamente pelo Youtube. O canal da Band teve um audiência recorde durante a transmissão. 

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