Membros do CPI da saúde de Taubaté se reuniram na manhã desta quinta-feira (24) com os representantes da SPDM (Associação Paulista de Medicina), que gere o Hospital Municipal Universitário de Taubaté (HMUT) para debater a situação do local. Também compareceram na reunião os alunos do curso de medicina e o secretário da Prefeitura de Taubaté Mário Celso Peloggia, da pasta da saúde.
O prefeito José Saud e o secretário de finanças da Prefeitura foram convidados para participarem e não compareceram. Quem abriu essa reunião e deu um panorama da situação do HMUT, foi a diretora técnica Fabiana Caldeira. Ela informou que o início da crise começou em dezembro do ano passado e que hoje a dívida da prefeitura referente aos meses de julho e agosto chega a R$13 milhões. Ainda segundo a diretora, somando essa quantia com a dívida com a outra gestão, o valor total chega a R$21 milhões.
Com a dívida, os atendimentos no hospital foram interrompidos de forma gradativa, até chegar na situação anunciada nesta quarta-feira (23), suspendendo todos atendimentos ambulatoriais e priorizando apenas casos de urgência e emergência.
Mário Celso Peloggia, secretário de saúde, falou em seguida. O secretário informou que falta dinheiro para a realização dos pagamentos e que a Prefeitura está fazendo tratativas com o Governo do Estado e Governo Federal para tentar aumentar os recursos de aporte e assim, conseguir pagar essa dívida.
O secretário completou falando da dívida com as OS (Organização Social), entidade "licitada" pra administrar um serviço da prefeitura, que chega a R$ 11 milhões.
Suspensão dos atendimentos ambulatoriais
O Hospital Municipal Universitário de Taubaté (HMUT), suspendeu todos os atendimentos ambulatoriais, passando a priorizar apenas casos de urgência e emergência. O hospital, referência em atendimento médico na região, encontra-se envolto em uma crise que afeta diretamente os serviços de saúde prestados à população.
De acordo com a Associação Paulista de Medicina (SPDM), os atendimentos de rotina foram interrompidos devido a atrasos significativos nos repasses financeiros por parte da Prefeitura Municipal. A associação ressaltou que os procedimentos e consultas ambulatoriais foram adiados em decorrência dos valores não repassados, o que culminou na decisão de suspender tais serviços.
A gestora enfatizou que está empenhada em continuar oferecendo um atendimento público de qualidade à população de Taubaté, apesar dos obstáculos criados pela administração municipal.
Crise no HMUT
A situação financeira problemática se arrasta há meses, atingindo seu ápice no dia 10 de agosto, quando a SPDM enviou um ofício à Prefeitura cobrando uma dívida que totaliza quase R$ 24 milhões. Nesse documento, a associação alertou para o risco iminente de paralisação dos serviços no HMUT devido à falta de recursos. A Prefeitura, no entanto, contestou a quantia da dívida e afirmou ter respaldo jurídico para evitar a interrupção dos serviços de saúde.
O que diz a Unitau
A Universidade de Taubaté (UNITAU) desenvolve atividades pedagógicas em parte dos ambulatórios do Hospital Municipal Universitários de Taubaté (HMUT), alguns exemplos são a Clínica Médica, Pediatria, Ginecologia e Obstetrícia. Já as atividades de residência estão concentradas nas áreas de Anestesiologia, Cirurgia Geral, Clínica Médica, Ginecologia e Obstetrícia, Neonatologia, Oftalmologia, Ortopedia, Pediatria e Urologia. O HMUT é um importante campo de estágio para os alunos dos cursos de saúde da UNITAU. As atividades pedagógicas estão garantidas também por meio de novos convênios.