No mundo virtual dos cassinos online, o Fortune Tiger, conhecido popularmente como “Jogo do Tigrinho”, atrai jogadores com a promessa de ganhos substanciais através de uma mecânica simples: alinhar três símbolos idênticos, como frutas, barras e sinos, em três linhas.
Os participantes são seduzidos pela possibilidade de grandes recompensas, especialmente durante as rodadas bônus que podem multiplicar o valor da aposta por até dez vezes.
Operação no interior de SP
Nesta semana, a influenciadora digital Larissa Rozendo, de São José dos Campos, se tornou alvo de uma investigação intitulada "Game Over", conduzida pelo Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) da Polícia Civil de São Paulo. A operação visa apurar possíveis crimes cometidos por pessoas que divulgam jogos de azar digitais nas redes sociais, como o "Fortune Tiger".
Segundo o pedido à justiça para cumprimento do mandado de busca e apreensão contra Larissa Rozendo Fonseca, o DEIC destaca que influenciadores digitais que promovem tais jogos enriquecem à custa dos cadastros e perdas de dinheiro de seus seguidores.
Como influenciadores atraem seguidores
De acordo com o relatório de investigação, as contas utilizadas pelos influenciadores dentro dessas plataformas de cassinos virtuais são conhecidas como "contas demo", criadas apenas para demonstrar como jogar e ganhar. No entanto, os ganhos apresentados são fictícios e irrealistas, o que visa iludir os seguidores ao verem o influenciador ostentando uma vida luxuosa enquanto pratica o jogo de azar virtual.
Influenciadores podem responder judicialmente
Os influenciadores digitais e qualquer pessoa envolvida na divulgação de jogos de azar podem ser responsabilizados pelos seguintes crimes, de acordo com o DEIC:
- Crime contra as relações de consumo e contra o consumidor - detenção de dois a cinco anos, ou multa;
- Crime contra a economia popular - detenção de seis meses a dois anos e multa;
- Propaganda enganosa - detenção de três meses a um ano e multa;
- Sonegação fiscal - detenção de seis meses a dois anos, e multa;
- Estelionato - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Como funciona o esquema
Os indivíduos se apresentam como gerentes de plataforma e oferecem pagamentos baseados na quantidade de depositantes, estabelecendo metas que os seguidores precisam alcançar para receber remuneração, por exemplo:
- 30 depositantes = $300
- 50 depositantes = $500
- 100 depositantes = $100
Após fechar o "contrato" com os gerentes, os participantes recebem metade da remuneração inicial após a primeira postagem e o restante quando atingem a meta estabelecida. Alguns gerentes cobram uma porcentagem do valor depositado por cada seguidor, enquanto outros recebem uma porcentagem das perdas dos seguidores, normalmente quando a plataforma é programada para resultar em perdas.
As contas fornecidas aos participantes são conhecidas como contas demo, onde um saldo é deixado para jogos e gravação de supostos ganhos, sendo habitadas exclusivamente para apresentar resultados positivos.