Analisar locais para futuros investimentos faz parte da minha rotina como desenvolvedor imobiliário. Em 15 anos examinando cerca de 300 áreas por ano, nunca encontrei uma que superasse o terreno das vaquinhas e dos girassóis, em São José dos Campos. A qualidade da área transparece na expectativa da população, com incontáveis suposições sobre o seu futuro.
Por isso tudo, sempre soubemos que o local merecia um projeto especial, cuja influência transpusesse os limites do terreno. Esse entendimento foi decisivo para fecharmos o negócio: nossa "visão de cidade" foi um dos fatores que fizeram a Idealiza Cidades superar uma forte concorrência.
Acontece que a visão da cidade ideal pode ser um tema espinhoso. Como equilibrar a vibração de um bairro boêmio com uma vida tranquila? Qual a densidade urbana que otimiza recursos e aproxima as pessoas, mas preserva o silêncio, o acesso ao sol e ao verde? Clima ameno ou cultura rica: qual a vocação da cidade? Deve se especializar em indústrias, turismo ou serviços? São questões centrais na escolha de um lugar para viver, trabalhar e se divertir.
A dificuldade do tema não impede que ele seja apaixonante. Para nós, desenvolvedores imobiliários, essas reflexões vão além de simples preferências pessoais. Elas envolvem uma profunda responsabilidade técnica e ética na construção de cidades que atendem as necessidades dos clientes ao mesmo tempo que contribuem para o bem-estar de toda a comunidade. A busca por esse equilíbrio não é simples, e os desafios aparecem quando os interesses coletivos e individuais se chocam.
Essa tensão se dissipa com a compreensão de que uma cidade funcional depende de espaços públicos vibrantes e acessíveis, e que um empreendimento imobiliário que se preze deve incorporar esses espaços em seu planejamento. O princípio norteador é simples: o que é público pertence a todos.
Minha perspectiva sobre o assunto se transformou em 2013. Deixei o carro estacionado em uma rua e, ao retornar, vi um guarda junto a ele. Pensei que estava sendo multado e me surpreendi ao descobrir que era o funcionário de uma associação de bairro, financiada pelos moradores. O guarda estava cuidando do carro porque eu tinha esquecido as janelas abertas. Esse evento me fez perceber o potencial de colaboração entre a comunidade e o poder público, não apenas para garantir segurança, mas também para melhorar a jardinagem, a zeladoria e o fomento cultural. Com essa cooperação, podemos confiar na manutenção adequada e investir em projetos de qualidade, criando um círculo virtuoso que, historicamente, foi inviabilizado pelo distanciamento entre as gestões públicas e privadas.
A cidade é um ecossistema complexo, e negar isso resulta em insegurança, monotonia e falta de vitalidade. Ignorar a vizinhança, primando pelo individualismo e projetando apenas “do muro para dentro”, resulta nas cidades disfuncionais já conhecidas por todos. Precisamos romper com este paradigma individualista.
Com essa nova abordagem, nasceu o Parque Una Pelotas em 2015, seguido pelo Parque Una Uberlândia em 2021. Nesses projetos, aplicamos conceitos vanguardistas como “olhos na rua”, uso misto, escala humana, CPTED (Crime Prevention Through Environmental Design) e a teoria das janelas quebradas. Além disso, valorizamos a atração da classe hipercriativa e a diversidade como fonte de conhecimento. Todos esses fundamentos são respaldados por vasta literatura e experiência prática. São princípios que guiam a concepção de um ambiente urbano seguro, criativo e inclusivo.
Conscientes da expectativa dos joseenses em torno da área das vaquinhas e dos girassóis, trabalhamos durante três anos com humildade, ouvindo a vizinhança e envolvendo projetistas mundialmente reconhecidos. Durante esse período, desenvolvemos e refinamos projetos de infraestrutura, urbanismo, paisagismo e segurança, sempre buscando a aprovação definitiva dos órgãos competentes.
Agora, nos sentimos prontos para anunciar o início das obras, reafirmando nosso compromisso com a excelência. Nossa trajetória é marcada por importantes reconhecimentos, como o prêmio GRI Awards de melhor loteamento do Brasil em 2020, o Saint Gobain Asbea pelo melhor projeto de edifício residencial em 2022, e cinco prêmios Master Imobiliário, organizados pelo Secovi-SP, destacando soluções urbanísticas, de marketing e aceitação dos consumidores. Recentemente, conquistamos o troféu Somos Cidade por um dos melhores prédios do Brasil em 2024.
Estamos convencidos de que a área das vaquinhas, em São José dos Campos, é o lugar perfeito para desenvolver um bairro planejado. Com uma conexão estratégica à malha urbana de uma das 20 maiores economias do Brasil, essa localização oferece acesso a renomadas instituições de ensino e saúde, além de estar a apenas uma hora da serra, do mar e dos aeroportos. O terreno é o cenário ideal para transformar esse sonho em realidade.
Afinal, a cidade ideal não é uma utopia, mas sim um objetivo tangível. Nossa contribuição com o Parque Una São José dos Campos pretende consolidar a cidade na vanguarda do urbanismo, construindo espaços que promovam a criatividade, cultura, empreendedorismo, inovação e a diversidade.
Acompanhe nas próximas semanas a revelação de mais detalhes sobre o projeto nos principais veículos de comunicação da cidade e no @parqueunasjc.
Fabiano de Marco
Idealiza Cidades