Caso Marielle: Ronnie Lessa, preso em Tremembé, é condenado a 78 anos de prisão

Em depoimento, Lessa disse que iria receber R$25 milhões pelo assassinato da parlamentar

Redação Band Vale

Caso Marielle: Ronnie Lessa, preso em Tremembé, é condenado a 78 anos de prisão
Reprodução

Ronnie Lessa, o ex-policial militar que confessou o assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi condenado pelo Tribunal do Júri, decisão que saiu nesta quinta-feira (31), no segundo dia de julgamento. Ele foi condenado a 78 anos de prisão.

Nesta quinta-feira (31), dez pessoas prestaram depoimento sobre o caso, entre elas o próprio Ronnie Lessa. Ele disse que iria receber R$25 milhões pelo assassinato da parlamentar. Lessa ainda deu detalhes sobre como o crime foi planejado e disse que a morte foi encomendada porque Marielle estaria atrapalhando um esquema de loteamento de imóveis de milicianos.

O júri popular começou nesta quarta-feira (30), a partir das 9h, no 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro. Lessa participou do julgamento por videoconferência, já que está preso em Tremembé. 

Transferência para a P1

Preso desde 2019, acusado de participar da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o ex-PM pode agora receber visitas. Lessa chegou à penitenciária na tarde de 20 de junho de 2024, após ser transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande na manhã do mesmo dia. A transferência foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a um pedido da defesa de Lessa.

Chegada na P1 marcada por “salve” do PCC 

Uma facção criminosa já teria ordenado a morte de Ronnie Lessa. A informação foi confirmada pelo Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo (Sifuspesp), que enviou ofícios a diversas autoridades, incluindo o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o Secretário de Administração Penitenciária, Marcelo Streinfinger, solicitando a reavaliação da transferência de Ronnie Lessa para a Penitenciária 1 de Tremembé.

O pedido do sindicato baseia-se em denúncias recebidas que indicam um risco iminente de segurança tanto para Lessa quanto para os policiais penais e demais servidores da unidade. Segundo informações recebidas pelo Sifuspesp por e-mail, uma facção teria ordenado a execução de Lessa. A denúncia também menciona que o líder dessa facção na unidade solicitou sua transferência.

“Cadeia dos Famosos”

A penitenciária 2 é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão. A transferência de detentos para Tremembé visa garantir a segurança e a privacidade dos prisioneiros. Os procedimentos e o tratamento dos presos são os mesmos aplicados em outras unidades do estado de São Paulo, com a diferença no perfil dos detentos nessas unidades, com o intuito de prevenir conflitos.

Quem são os presos na "cadeia dos famosos"

Thiago Brennand foi o último detento de grande notoriedade que chegou na penitenciária. Além dele, o ex-jogador de futebol Robinho está preso na Penitenciária 2 (P2) há três meses. Robinho cumpre pena de nove anos de prisão por um estupro cometido na Itália.

Fernando Sastre, empresário e motorista de um Porsche acusado de provocar um acidente fatal em São Paulo no dia 31 de março, também está preso na P2 desde maio. A lista também conta com Lindemberg Alves Fernandes, acusado de matar a namorada Eloá Pimentel, em outubro de 2008. Antes de matar a adolescente, que na época tinha 15 anos, ele a fez de refém por mais de 100 horas em um apartamento na cidade de Santo André. Lindemberg foi condenado a 39 anos de prisão. 

Outro preso famoso é Christian Cravinhos, condenado a 38 anos de prisão após assassinar Manfred e Marísia Richthofen, pais da ex-cunhada Suzane, em outubro de 2002.

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