Caso Marco Aurélio: Relembre o desaparecimento que intriga o Brasil há décadas

Polícia Civil iniciou uma nova busca pelo corpo do escoteiro Marco Aurélio nesta segunda-feira (18)

Redação Band Vale

Investigações do caso continuam
Arquivo Pessoal

O "Caso Marco Aurélio" ganhou mais um capitulo na manhã desta segunda-feira (18). A Polícia Civil iniciou uma nova busca pelo corpo do escoteiro Marco Aurélio, que desapareceu durante uma trilha, em 1985, no Pico dos Marins, em Piquete.

Segundo a Polícia Civil, novas imagens de drones tecnológicos apontaram novos locais com características de covas, onde restos mortais poderiam estar encerrados.

Relembre o caso

O episódio teve início em 8 de junho de 1985, quando Marco Aurélio Bezerra Bosaja Simon, um jovem escoteiro de 15 anos, desapareceu durante uma excursão ao Pico dos Marins, no município de Piquete, São Paulo.

(Arquivo Pessoal)

Para tentar encontrar o garoto, foi mobilizada uma das maiores equipes de buscas já vistas no Brasil. No entanto, apesar dos esforços incansáveis das autoridades e voluntários, Marco Aurélio nunca foi encontrado. O mistério só se aprofundou com o passar dos anos.

O caso ganhou notoriedade internacional quando a revista Go Outside o incluiu em sua lista dos dez maiores desaparecimentos do mundo, classificando-o como o terceiro mais intrigante. As investigações oficiais foram encerradas em 1990, com o arquivamento do caso, deixando a família de Marco Aurélio sem respostas.

Foi somente em 2005 que o jornalista investigativo Rodrigo Nunes decidiu reabrir o caso. Sua investigação resultou em dois livros, posteriormente compilados em um só volume em 2015. O trabalho de Nunes revelou inconsistências nos relatos dos garotos escoteiros, do líder deles e da investigação policial, bem como diversas teorias e entrevistas com testemunhas da época. Essas descobertas lançaram uma nova luz sobre o caso, aumentando ainda mais a perplexidade em torno do desaparecimento de Marco Aurélio.

A reviravolta mais recente aconteceu em 2021, quando o caso foi reaberto para investigação. Novas linhas de investigação foram traçadas, e a tecnologia entrou em cena com o uso de drones alemães de ponta que detectaram possíveis locais de ossadas no Pico dos Marins

Após a abertura das investigações, a Polícia Civil iniciou novas escavações em busca do corpo, imaginando que poderia estar enterrado dentro de uma casa em Piquete. Na época, circularam em grupos de WhatsApp, vídeos e áudios sobre um possível desfecho do caso. A informação era de que uma mulher, no leito de morte, teria informado que Marco Aurélio foi morto por seu irmão, que tinha problemas mentais. O pai deles teria enterrado o corpo do menino debaixo da cama do casal, para proteger o filho. Anos depois, foi construída no local uma capela, na antiga base do Pico dos Marins. A informação, no entanto, não é confirmada pela Polícia Civil.

Equipes concentradas no local da escavação no Pico dos Marins (TV Band Vale)

Versão oficial do inquérito policial

A versão oficial do inquérito policial se baseia nos relatos do líder Juan Bernabeu Céspedes e dos escoteiros Osvaldo Lobeiro, Ricardo Salvione e Ramatis Rohm. Afonso Xavier, familiarizado com a região, forneceu abrigo ao grupo na base do Pico dos Marins. No entanto, os acontecimentos que se seguiram à separação de Marco Aurélio do grupo permanecem repletos de incerteza.

Juan Bernabeu Céspedes alegou que permitiu que Marco Aurélio retornasse sozinho ao acampamento, enquanto o grupo escalava o pico. Quinze minutos depois da separação, o garoto desapareceu completamente. Quando o grupo seguiu as marcas deixadas por Marco Aurélio, chegou a uma bifurcação, onde o desaparecido teria escolhido o lado esquerdo, apesar dos obstáculos. Juan optou pelo lado direito, em direção oposta, alegando que os caminhos se encontrariam mais à frente, o que nunca aconteceu.

As inconsistências nos relatos e as suspeitas em torno do inquérito original lançam uma sombra de dúvida sobre os eventos daquele fatídico dia. Entrevistas e depoimentos ao longo dos anos têm levantado sérias questões sobre a versão oficial dos acontecimentos.

O que irá ocorrer com os culpados?

Apesar da retomada das investigações, mesmo que seja descoberto quem foi o responsável pelo desaparecimento de Marco Aurélio, o crime já prescreveu, portanto, não haverá punição.

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