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Campos do Jordão (SP): de cidade sanatório no século XIX à qualidade do ar em alerta em 2024

Município ganhou notoriedade no final do século XIX por seu clima frio e seco, ideal para o tratamento de doenças pulmonares, especialmente a tuberculose

Redação Band Vale

Campos do Jordão (SP): de cidade sanatório no século XIX à qualidade do ar em alerta em 2024
Divulgação

Campos do Jordão (SP), historicamente conhecida por seu clima saudável e utilizada como cidade sanatório no final do século XIX, enfrenta um novo e preocupante cenário: a deterioração da qualidade do ar. 

De acordo com a Defesa Civil estadual, a qualidade do ar no município é aceitável para a maioria das pessoas, com URA em 40%. No entanto, grupos sensíveis podem apresentar sintomas leves a moderados em caso de exposição prolongada, como idosos e pessoas com problemas respiratórios. 

A situação contrasta com o passado da cidade, que foi um importante centro de tratamento para doenças respiratórias, como a tuberculose.

Tratamento da tuberculose

Localizada a 1.628 metros de altitude na Serra da Mantiqueira, Campos do Jordão ganhou notoriedade no final do século XIX por seu clima frio e seco, ideal para o tratamento de doenças pulmonares, especialmente a tuberculose. A cidade atraiu diversos pacientes em busca de cura e se tornou conhecida como "cidade sanatório".  

Com a inauguração da Estrada de Ferro Campos do Jordão, em 1914, o acesso ao alto da serra foi facilitado, permitindo que pacientes chegassem com mais facilidade. A cidade recebeu investimentos em sanatórios e atraiu médicos renomados, como Emilio Ribas e Victor Godinho, que contribuíram para consolidar sua fama como local de tratamento.

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No entanto, o avanço da medicina, com o desenvolvimento da penicilina a partir da década de 1960, diminuiu a gravidade da tuberculose e outras doenças respiratórias. Com isso, Campos do Jordão deixou de ser uma cidade voltada para a saúde e passou a explorar sua vocação turística. Hoje, é um dos principais destinos de inverno no Brasil, recebendo visitantes de todo o país.

Queimadas e baixa qualidade do ar

Apesar do passado de clima saudável, Campos do Jordão atualmente enfrenta desafios ambientais que afetam diretamente a qualidade do ar. As queimadas recentes têm sido um fator determinante para a queda dos índices de qualidade atmosférica. Nesta semana, em menos de 24 horas, foram registrados três focos de incêndio na cidade, agravando a poluição.

Um dos focos foi registrado no Condomínio Ecológico, no Bairro Colinas – Capivari, onde o Corpo de Bombeiros foi acionado para controlar as chamas. Outro foco de incêndio foi registrado na Rua Elino Ramos, no Bairro Fracalanza, também em área de vegetação natural. Já na segunda-feira (9), por volta das 11h, um incêndio havia atingido a Área de Proteção Ambiental no Morro da Santa Casa, no bairro Abernéssia, sendo controlado apenas na manhã desta terça-feira.

Riscos para grupos vulneráveis

A poluição gerada pelas queimadas e a baixa umidade do ar – atualmente variando entre 30% e 20% – colocam em risco a saúde de moradores e turistas, especialmente de grupos mais vulneráveis. Pessoas com problemas respiratórios, idosos e crianças estão entre os mais afetados pela má qualidade do ar. As autoridades alertam para o perigo de exposição prolongada ao ar livre durante esses dias de crise ambiental.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu um alerta de onda de calor e baixa umidade do ar, que deve se estender até sexta-feira (13). Esse quadro potencializa o risco de novos incêndios florestais, prejudicando ainda mais a qualidade do ar na região.

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