O consumo nos lares brasileiros encerrou o primeiro semestre deste ano com alta de 2,2%, de acordo com uma pesquisa da Associação Brasileira de Supermercados em comparação ao mesmo período em 2021.
Apesar da inflação ser a maior inimiga na hora das comprar, as famílias estão fazendo compras mais planejadas. O empresário Cleiton Scarpante, de São José dos Campos, é um exemplo. Ele conta que trocou algumas marcas e passou a buscar por aquelas que trariam um maior custo-benefício.
“A gente tem optado por outras marcas, experimentado outras marcas em função disso. Deixando as marcas tradicionais para experimentar outras, mas sem abrir mão da qualidade. Você vai verificando nas prateleiras e vai olhando a questão da diferença no preço. Se for acima de 20% a gente acaba sendo atraído por outras marcas.” afirma o empresário.
O levantamento realizado pela ABRAS (Associação Brasileira de Supermercados), mostrou ainda que os produtos de marca própria dos supermercados têm os preços mais baixos, em torno de 20% a 30%, em relação a marcas líderes da categoria.
Além dessa questão, outro fator colaborou para que as pessoas consumissem mais: a queda do desemprego no país. O economista Laureano Rosa, acrescenta que os programas sociais do governo também impulsionaram a economia do país:
“Tirar o fundo de garantia, por exemplo, você pode tirar mil reais. Teve antecipação do 13º para os aposentados. Você tem o auxílio Brasil, que vai até o final do ano. Então isso tudo é mais dinheiro que entrou no sistema, e as pessoas foram consumir. Quem tinha diminuído o consumo por causa do problema financeiro, por perder o poder de compra, aumentou esse consumo.”
Mesmo assim, em um semestre foi possível notar o impacto da guerra da Ucrânia no preço das commodities . O ABRASMERCADO, indicador da cesta composta por 35 produtos de grande consumo, acumulou alta de 10,41%.
Segundo o vice-presidente da Associação, Marcio Mílan, a expectativa é que até o final do ano o consumo nos supermercados aumente mais ainda.
“Primeiro nós temos um novo auxilio Brasil, que está saindo de 400 reais para 600, isso vai para o consumo. O outro é a questão do vale gás, que também dobrou, passou agora para 110 reais a cada dois meses. E trouxeram outros benefícios como por exemplo a ajuda aos caminhoneiros, ajuda aos taxistas. E além disso temos dois grandes eventos para acontecer até o final do ano, a Copa do Mundo e a Black Friday.”