O antigo grupo Facebook anunciou na quinta-feira (28) que seu nome corporativo agora é Meta, uma decisão importante e um grande passo para a empresa. Assim como o grupo Google se tornou Alphabet em 2015, chegou a vez do Facebook.
E ainda pegando o exemplo da própria Google, esta mudança não implica em nada quanto às plataformas individuais como o próprio Facebook, WhatsApp e Instagram. Na verdade isso apenas amplia as possibilidades do qual a empresa pode oferecer.
O fundador e diretor da Meta Mark Zuckerberg atribuiu a mudança a um contexto de planos da empresa para construir um "metaverso" — um mundo online onde as pessoas podem jogar, trabalhar e se comunicar, muitas vezes usando aparelhos de realidade virtual. Ele disse ainda que o nome e a logo Facebook já não conseguiam "representar tudo o que estamos fazendo hoje, muito menos no futuro", o que levou a necessidade da mudança.
Um outro braço da companhia, é a Oculus, uma empresa focada em desenvolver aparelhos de realidade virtual e também aplicações para estas novas ferramentas. Durante a live Facebook Connect 2021, foi possível observar que ela estará muito presente durante a criação do “metaverso” tão esperado de Zuckeberg.
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O que é o metaverso?
Etimologicamente falando, "meta" vem do grego que significa algo como "além", e o metaverso é o que vai além do plano ou local físico, mesmo precisando dele para interagir. Um lugar onde a realidade na qual vivemos e a virtual coexistem.
As várias interpretações deste conceito já eram imaginadas em muitos filmes e livros da década de 80 e 90. Sem contar obras “mais novas” como: Tron, Matrix, Avatar de James Cameron e Jogador Número 1, que apresentam uma visão dessas simulações virtuais cheias de possibilidades.
Porém, o termo metaverso se originou de um livro chamado Snow Crash, escrito em 1992 por Neal Stephenson. A obra fala do chamado Metaverso como um sucessor evoluído da internet, com maiores possibilidades de interação e avatares com mil e uma possibilidades de ação.
Metaverso na prática
Um dos primeiros experimentos que possui conceitos do metaverso é o Second Life, lançado em 2003 e que existe até os dias de hoje. Nele é possível ter um avatar do qual será a sua versão na realidade virtual, em que você é autor de uma nova história e socializa com pessoas desconhecidas.
Atualmente, um dos jogos mais conhecidos e que experimentam elementos do metaverso é o Fortnite da Epic Games, que expandem cada vez mais as experiências e as simulações como: exibição de filmes e shows em seu ambiente virtual, em agosto deste ano por exemplo, a cantora americana Ariana Grande fez apresentações dentro do jogo para milhões de pessoas.
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A Epic Games levantou US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos em abril deste ano para bancar "sua visão de longo prazo para o metaverso". O diretor da empresa, Tim Sweeney, é um entusiasta do conceito.
O mundo dos games já tem dado passos e pistas sobre o que pode ser o metaverso. Porém esse futuro não se prende apenas a games! Em entrevista ao jornal Washington Post, Sweeney afirmou que imagina um mundo metaverso em que, por exemplo, uma fabricante de automóveis permita que clientes consigam testar um carro dirigindo-o em ambiente virtual.
Futuro e medo
A Meta é agora uma empresa que definitivamente se colocou como desenvolvedora do futuro tecnológico e podemos esperar grandes mudanças a caminho. O timing não é coincidência, já era esperado a chegada deste conceito, entretanto a pandemia da Covid-19 ajudou muito a impulsionar essas ideias, tendo como fator principal a necessidade do isolamento.
Antes disso tudo começar já se pensavam em problemas que estas novas tecnologias podem gerar. Filósofos como Zygmunt Bauman, já tratavam a ideia da sociedade líquida e o pós-modernidade de forma cética. Entretanto, sabemos que se trata de um caminho sem volta; em minha opinião, acredito que precisamos entender as novas tecnologias e fazer delas aliadas do nosso dia a dia, sem esquecermos de cuidar daquilo que mais importa, nossa vida real.