Ser um desenvolvedor de jogos independente no Brasil não é tarefa fácil. Todos os anos temos ótimos jogos sendo lançados por brasileiros e muitos deles com repercussão mundial. Entretanto, dentro do país encontramos pouco incentivo para o desenvolvimento do setor. Ainda assim, pequenos estúdios e desenvolvedores solos batalham e lançam seus jogos, não só por amor aos games, mas para tentarem um lugar ao sol.
Hoje venho falar de um desses desenvolvedores, Wendell Simões e o seu jogo que foi lançado recentemente para PC via Steam: Dungeon Arsenal.
Com possibilidades quase infinitas, Dungeon Arsenal é um roguelike card game procedural com temática dungeon crawler, onde você adentra uma torre e a cada andar enfrenta monstros, munido de um arsenal aleatório e itens mágicos provindos das cartas que você vira. As mecânicas são extremamente simples e logo nos primeiros minutos de jogatina você já pega o jeito de como as coisas funcionam. Mas, apesar de simples, não quer dizer que o jogo seja fácil.
Contando com uma certa dose de sorte e boa estratégia, você terá que tomar decisões que podem te salvar de uma enrascada imediata ou se preparar melhor para futuros desafios nos andares superiores. E já aviso, se preparem para as batalhas com os chefões, porque são intensas.
De início você terá três heróis a sua disposição, o Ladino, Guerreiro e o Anão. Conforme progride no jogo, mais três heróis podem ser desbloqueados. Há também colecionáveis que ficam armazenados no 'Relicário’, além de outros itens cosméticos que você pode conquistar para deixar seu personagem mais estiloso.
Dungeon Arsenal não tem tutorial, você aprende jogando. Como eu disse, as mecânicas são simples e o jogo deixar você experienciar isso e aprender por si é intencional.
“Esse é um jogo que não se explica, com a intenção de que as pessoas aprendam. E através desse aprendizado elas querem jogar mais e tentar mais, e isso pra mim é impagável”, comenta Wendell Simões.
Desenvolvido em três meses, utilizando a engine Gamer Maker Studio 2, Wendell trabalhou sozinho no jogo, utilizando seu tempo vago. Ele atua como analista de sistemas em uma multinacional, é casado e tem um filho pequeno de três anos. Infelizmente esse acaba sendo o retrato de boa parte daqueles que desenvolvem jogos independentes no Brasil, tendo jornadas duplas, às vezes triplas, para poder tirar seu sonho do papel. E por compartilhar histórias parecidas e não terem aporte de grandes investidores ou incentivos do país para se dedicarem no desenvolvimento do setor, a ajuda entre eles é imprescindível.
“Streamers, youtubers e desenvolvedores indies se ajudam muito na divulgação dos jogos, seja através de transmissões ou hashtags levantas em redes sociais”, declara Wendell.
Mesmo com a dificuldade de se produzir jogos no Brasil, Wendell não pretende desistir e já pensa em projetos futuros. Além de já ter um projeto anterior que ainda está em desenvolvimento, chamado Defenders of Iduna. Caso queira acompanhar o progresso dos projetos dele é só seguir o perfil de seu estúdio DeadPix Studios lá no Twitter.
E aqui fica meu apelo para que vocês conheçam os jogos desenvolvidos aqui no Brasil. Dungeon Arsenal é mais um exemplo de ótimas ideias que surgem em nosso país, mas que acabam não ganhando repercussão dentro da comunidade por falta de divulgação. Jogos como Horizon Chase Turbo, Dandara e Celeste já ganharam o mundo e provaram que os brasileiros não estão aqui apenas por paixão aos jogos, mas para demonstrar que podem realizar grandes obras que vão marcar gerações.
Dungeon Arsenal está disponível para PC via Steam.