Uma baleia-jubarte foi resgatada, nesta terça-feira (27), após ficar presa em um cabo de pesca de cerca de 80 metros em Ilhabela.
Segundo informações da equipe do Instituto Argonauta, a baleia tinha um tamanho aproximado de oito a nove metros. Ela estava arrastando um cabo de nylon com poita (peso para manter o petrecho no fundo), que estava preso a sua cauda, medindo cerca de 80 metros, e espessura de 8 a 10mm.
Esse é um tipo de petrecho utilizado em pesca de espinhel - formado pela linha principal, linhas secundárias (alças) e anzóis.
A equipe especializada do Instituto, juntamente com biólogos, seguindo todo o protocolo exigido para a operação, conseguiu efetuar com sucesso o corte do cabo e a liberação do animal.
Durante a ação, outra baleia jubarte menor, que media de 6 a 7 metros, acompanhava a baleia emalhada. A equipe observou que o cabo preso à jubarte estava muito pesado, e que ficou surpresa como o cetáceo estava conseguindo nadar com o petrecho enroscado.
De acordo com o Instituto Argonauta, o desemalhe (ação de retirar os cabos) de uma baleia é uma atividade extremamente arriscada que precisa ser feita, seguindo protocolos específicos, e regulamentados no Brasil pelo CMA-ICMBIO e por uma equipe técnica capacitada e treinada para evitar ao máximo o risco a vida da equipe de salvamento. A capacitação e o uso de equipamentos corretos e adequados para este tipo de atividade é muito importante para o sucesso da operação.
“Quando as pessoas tentam, nas melhores das intenções, fazer o desemalhe para ajudar o animal, acabam se colocando em risco e comprometendo, na maioria das vezes, a operação. As equipes utilizam equipamentos específicos para minimizar o risco da baleia causar ferimentos às pessoas que estão tentando ajudar. Importante também lembrar que, não se deve, em hipótese alguma, entrar na água para tentar desemalhar o animal”, enfatiza o biólogo do Instituto Argonauta Manuel da Cruz Albaladejo.