A pandemia e o consequente aumento no número de enterros de um ano para o outro já afeta a funerária municipal de Taubaté. As urnas funerárias simplesmente acabaram e quem mais sofre com a falta delas é a população de baixa renda, que procura o serviço para fazer o sepultamento de um ente querido.
Somente no cemitério do Belém, o principal de Taubaté, o número de sepultamentos aumentou 42% em um ano. Os números são da administração do local, que fez o comparativo de primeiro de janeiro a 08 de março de 2020, quando aconteceram 257 enterros, com o mesmo período deste ano, 365 sepultamentos.
André Luís da Rocha, chefe da divisão de funerárias e cemitérios de Taubaté, reconhece que existe a falta de urnas funerárias na funerária municipal.
"Sim, infelizmente, acabaram as nossas urnas no domingo e já estamos iniciando o processo de dispensa de licitação. Tivemos dois pregões que foram desertos, que é aquele pregão que não aparece interessado em contratar o município e, então, por conta disso a prefeitura tomou a decisão de fazer uma compra direta”, disse Rocha.
André ponderou que até o fim deste mês de maio a situação deverá estar regularizada na funerária municipal e ressaltou que o local antes procurado por pessoas de baixa renda, agora, também passou a receber procura de pessoas de outras camadas sociais.
“A funerária municipal sempre teve como critério atender famílias carentes, famílias hipossuficientes, mas com a crise pandêmica aumentou muito a demanda por serviços funerários, então, a funerária começou a atender todas as classes sociais. Muitas pessoas começaram a procurar a funerária municipal. A nossa demanda aumentou muito. Como exemplo, em um final de semana, a gente chegou a fazer 12 serviços funerários”, contou o chefe de divisão de funerárias e cemitérios de Taubaté.
Em média, utilizando os serviços da funerária municipal, a pessoa desembolsa cerca de R$ 500, mas caso não tenha condições pode recorrer também ao setor de protocolo da prefeitura para pedir a isenção do pagamento.
“Se pessoa não tem condições de pagar a taxa de serviço funerário ou cemitério tem que se dirigir ao setor de protocolo da prefeitura, munido de documentos pessoais, certidão de óbito do falecido e mais um boleto para dar entrada solicitando a isenção do pagamento das taxas. Monta-se o processo administrativo e esse processo entra em tramitação no setor de assistência social. Lá, eles vão fazer a visita técnica técnica, irão ver os critérios exigidos pelo decreto para, então, decidir se isentam ou não do pagamento da taxa”, finalizou Rocha.
Neste momento, a recomendação da prefeitura é que quem precisar da funerária municipal procure uma funerária particular, uma vez não há falta de urnas.