Alexandre Nardoni consegue progressão para regime aberto após 16 anos de prisão

Nardoni esta preso na Penitenciária II, em Tremembé, interior de São Paulo; decisão foi publicada pelo TJSP nesta segunda-feira (06)

Redação Band Vale

Alexandre Nardoni, condenado pela morte de sua filha Isabella em 2008, deve ser solto nesta segunda-feira (06), após a Justiça conceder a progressão para o regime aberto. Ele esta preso na Penitenciária II, em Tremembé, São Paulo, e cumpriu a última etapa necessária para a mudança de regime.

O juiz responsável pelo caso deferiu a progressão ao regime aberto com base em um exame criminológico que concluiu que Nardoni está apto a cumprir o restante de sua pena fora da prisão. Alexandre Nardoni foi condenado a 30 anos de reclusão pelo homicídio da própria filha, um caso que chocou o país e teve ampla repercussão na mídia.

Esta decisão permite que ele deixe a penitenciária, seguindo as condições estipuladas pela Justiça para o regime aberto. O Jornalismo da Band Vale entrou em contato com a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) e aguarda informações sobre os próximos passos de Nardoni

Condicionantes de Nardoni: 

  • Comparecer trimestralmente à Vara de Execuções Criminais – VECcompetente ou à Central de Atenção ao Egresso e Família – CAEF (ondehouver) para informar sobre suas atividades;
  • Obter ocupação lícita no prazo de 90 dias, devendo comprovar, junto àVEC ou à CAEF, no prazo do item 1, que o fez;
  • Permanecer em sua residência durante o repouso, no períodocompreendido entre 20h00 e 06h00, salvo com autorização judicial;
  • Não mudar da Comarca sem prévia autorização do juízo;
  • Não mudar de residência sem comunicar o juízo;
  • Não frequentar bares, casas de jogo e outros locais incompatíveis com obenefício conquistado

 

Exame criminológico

O exame criminológico de Alexandre Nardoni, condenado a 30 anos de prisão pela morte da filha, concluiu que ele está apto para cumprir o final da pena em regime aberto. 

Alexandre Nardoni foi questionado sobre o crime pelo qual foi condenado em 29 de março de 2008. No laudo, a psicóloga relatou que ele “demonstra ter consciência da gravidade da acusação, porém não é possível abordar o sentimento de arrependimento, visto que o apenado permanece negando a autoria do delito pelo qual está condenado" 

Ela também aponta que os laços e vínculos familiares foram mantidos de forma muito consistente durante o período no regime fechado e semiaberto, através de visitas constantes de seus pais e filhos. E reforça que o forte vínculo familiar o sustentou e tem contribuído para o seu retorno ao convívio social. 

O sentenciado manteve uma postura adequada durante a entrevista. Lúcido e globalmente orientado. sem alterações da esfera senso perceptiva. Se apresenta calmo, possui bom contato interpessoal, discurso verbal coerente. No momento tende a ser disciplinado. demonstra estar consciente de suas capacidades e limitações. - apontou a psicóloga.

A assistente social do caso, relata que a postura de Alexandre segue inalterada “frente às regras institucionais, mantendo ótimo comportamento junto ao corpo funcional e colegas de cárcere”.

Caso Nardoni

Alexandre Nardoni foi condenado pelo crime de homicídio qualificado pela morte de sua filha, Isabella Nardoni, em 2008. O caso indicou que ele e sua esposa, Anna Carolina Jatobá, foram responsáveis pela morte da menina, que foi jogada do sexto andar do edifício em que moravam, em São Paulo. O crime teve grande repercussão no Brasil devido à natureza chocante e às circunstâncias envolvendo membros da própria família da vítima.

Preso na P2 de Tremembé

Alexandre Nardoni está detido na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado, popularmente conhecida como P2, costuma receber presos de casos de grande comoção social. A unidade tem capacidade para mais de 390 presos entre o regime semiaberto e fechado. A penitenciária é conhecida nacionalmente por abrigar detento de casos de grande repercussão, como Gil Rugai, Cristian Cravinhos e Lindemberg Alves.

P2 de Tremembé
(Caroline Corrêa/Band Vale)

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