O setor agropecuário paulista está preocupado com a mudança nas regras do ICMS que o governo estadual promete para janeiro. Produtos básicos, que até então são isentos ou que possuem reduções de carga tributária, passarão a ser taxados em até18%, afetando não apenas o bolso do trabalhador, mas a competitividade do produto local. E essa tributação avança sobre frutas, hortaliças, flores e ovos, entre outros itens da cesta básica, leite e derivados lácteos, carnes e produtos alimentícios, afetando toda a cadeia produtiva, desde o plantio até o processamento e a comercialização.
Para tentar sensibilizar o governador Tarcísio de Freitas, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) reuniu diversas entidades ligadas ao setor para a construção de um documento que pontua os temores do agronegócio. O setor de insumos teme pelo impacto direto do aumento de impostos sobre o preço dos defensivos e fertilizantes, o que favorecia a produção em outros estados e mesmo importação desses produtos; já os produtores, que tinham alíquotas baixas ou zeradas na aquisição desses insumos, temem a elevação no custo de produção, diminuindo a competitividade de suas operações.
O presidente da Faesp, Tirso Meirelles, lembrou que o governador sempre foi muito sensível ao setor agropecuário, um dos pilares da economia nacional. A mudança nas regras pode afetar a economia paulista e fazer com que muitas empresas decidam se mudar para outros estados, onde os incentivos permanecem. Vale lembrar que o agro paulista, de janeiro a setembro, liderou as exportações nacionais, representando 18% de todos os produtos comercializados no exterior. Não rever as medidas pode desestimular o produtor e levar ao desemprego não apenas no campo, mas em toda a cadeia produtiva.