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Sem Tecnologia e Inovação, Não Há Futuro Sustentável

Por Fabiano Porto (@fabiano.pporto)

Sem Tecnologia e Inovação, Não Há Futuro Sustentável
Sem Tecnologia e Inovação, Não Há Futuro Sustentável
Imagem gerada por IA

A verdadeira mudança para um futuro sustentável depende, antes de tudo, da atualização dos nossos hábitos e comportamentos como sociedade. Porém, a realidade mostra que essa transformação não está acontecendo na velocidade necessária para evitar os impactos ambientais mais severos. Ainda desperdiçamos recursos, ainda consumimos em excesso e ainda produzimos resíduos que o planeta não consegue absorver.

Diante disso, é fundamental que, além de investir em educação para fomentar essa mudança cultural, aceleremos o desenvolvimento e a implementação de todas as tecnologias e inovações que permitam continuar nossas atividades cotidianas, mas de forma muito mais sustentável. Precisamos substituir o plástico por alternativas biodegradáveis, revolucionar os processos industriais para torná-los menos agressivos ao meio ambiente e incentivar normativas que obriguem o retorno responsável de cada item produzido. Essas ações não são mais opcionais – são urgentes e imprescindíveis.

A tecnologia tem o poder de reverter esse cenário e redefinir a relação da humanidade com os recursos naturais. Hoje, já contamos com inteligência artificial para prever padrões climáticos e otimizar processos industriais, sensores para monitoramento de consumo energético e hídrico, e biotecnologia para transformar resíduos orgânicos em energia. A inovação não apenas reduz custos operacionais, mas também viabiliza modelos de negócios mais sustentáveis e regenerativos.

Porém, um dos primeiros passos para essa transformação é conhecer as soluções que já existem. Muitas vezes, enfrentamos desafios ambientais e sociais sem ter acesso às inovações que poderiam resolvê-los. Desde 2017, venho trabalhando com o Instituto Regeneração Global, onde estamos formando a primeira biblioteca global colaborativa de soluções sustentáveis. Atualmente, já contamos com quase 1000 soluções de mais de 30 países, abrangendo áreas como energia, água, alimentação, transporte, moradia e medicina. Você pode acessar essa iniciativa e explorar essas soluções em www.regeneracaoglobal.com.

Estudos recentes demonstram o impacto da digitalização na sustentabilidade. Durante a COP29, mais de 1.000 líderes mundiais assinaram uma declaração conjunta destacando a digitalização como peça-chave para a descarbonização da economia global. Tecnologias como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA) e Big Data já estão sendo aplicadas para monitorar emissões de carbono, prever padrões climáticos e otimizar cadeias produtivas. Além disso, empresas que adotam a digitalização sustentável podem reduzir em até 20% suas emissões de carbono e em 30% o consumo de energia em operações industriais.

Outro exemplo da força da inovação tecnológica é a crescente adoção de energias renováveis e práticas regenerativas no setor agrícola. O desenvolvimento de sensores inteligentes para irrigação e drones para monitoramento de lavouras reduziu em até 50% o desperdício de água em plantações de larga escala. Da mesma forma, a implementação de sistemas descentralizados de energia solar na Alemanha e de projetos massivos como o Parque Solar Bhadla, na Índia, demonstram que a inovação não é apenas uma tendência, mas a única solução real para os desafios ambientais.

No entanto, mesmo com todo o avanço tecnológico, sem uma nova consciência coletiva sobre sustentabilidade e regeneração, todo esse esforço se torna insuficiente. A inovação precisa estar alinhada a uma visão mais responsável do nosso papel no planeta. A tecnologia e a inovação são absolutamente fundamentais para a sociedade como ela está hoje – moderna, altamente urbanizada e dependente de infraestrutura complexa. Já que não é viável para todos retornarem a um estilo de vida rural e de baixa pegada ambiental, é imprescindível garantir que as cidades e seus sistemas produtivos operem de maneira sustentável.

A urgência das mudanças climáticas e da pressão sobre os recursos naturais exige uma transformação profunda e imediata em nossa forma de produzir e consumir. Esse futuro não será construído com processos ultrapassados, mas sim com a adoção massiva de tecnologias regenerativas e modelos mais assertivos e eficientes.

Se quisermos avançar e superar os desafios que temos pela frente, a inovação precisa ser o centro da estratégia. O que nos resta decidir é se vamos liderar essa transição ou ser conduzidos pelo colapso ambiental e econômico.

Veja outras matérias da coluna SUSTENTABILIDADE E REGENERAÇÃO no link: https://www.band.uol.com.br/band-vale/colunistas/sustentabilidade-regeneracao

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