Prefeitura exonera secretário investigado por desvio de dinheiro do SUS em Piraquara

Raniere Geovane Marques Simões é suspeito de receber dinheiro do INCS, organização social responsável pela gestão da UPA de Piraquara

Prefeitura exonera secretário investigado por desvio de dinheiro do SUS em Piraquara
Raniere Simões foi exonerado
Prefeitura de Piraquara

A Prefeitura de Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, informou que exonerou nesta terça-feira (17) o secretário municipal da Saúde, Raniere Geovane Marques Simões, que é alvo de uma operação da Polícia Federal (PF). 

A operação deflagrada na manhã desta terça investiga crimes de corrupção e lavagem de dinheiro relacionados à gestão de contratos públicos de saúde em Piraquara. O principal alvo da operação é Raniere Simões. 

A prefeitura informou em nota que “determinou a exoneração do Secretário Municipal de Saúde, a fim de possibilitar a apuração dos fato”. A reportagem tenta contato com Raniere. 

A PF afirma que a investigação começou com dados coletados nas Operações Sépsis e Ártemis, “revelando indícios de que o secretário de Saúde de Piraquara teria recebido pagamentos indevidos de empresas controladas pelo Diretor do INCS, organização social responsável pela gestão da UPA de Piraquara”. 

“Esses pagamentos foram destinados ao escritório de advocacia do secretário, sem justificativa de serviços prestados, como forma de garantir a renovação do contrato da organização com o município”, diz a PF.

Durante a operação, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão — um em Piraquara, um em Curitiba e um em Sorocaba. Além disso, o Secretário de Saúde foi afastado do cargo, e valores em contas bancárias e bens foram sequestrados. A ação mobilizou 16 policiais federais.

Os mandados buscaram recolher eletrônicos e documentos para comprovar os desvios e a ocultação de patrimônio, além de mapear as relações entre o Secretário de Saúde, o INCS e outras empresas ou pessoas físicas ligadas ao esquema.

Caso as acusações sejam confirmadas, os envolvidos poderão ser processados pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, cujas penas máximas somadas podem resultar em condenações expressivas.

O nome “Simetria” foi escolhido em referência à similaridade do esquema investigado em Piraquara com práticas semelhantes já apuradas no estado de São Paulo, em que organizações sociais cometeram atos de corrupção para manter contratos com administrações municipais.

Veja a íntegra da Nota Oficial da Prefeitura de Piraquara:

"A Prefeitura de Piraquara informa que tomou ciência da Operação Simetria por meio da imprensa e, de forma imediata, determinou a exoneração do Secretário Municipal de Saúde, a fim de possibilitar a apuração dos fatos. A administração municipal esclarece que rescindiu, há seis meses, o contrato com a organização social mencionada na operação, em razão de pendências relacionadas a débitos trabalhistas. Reafirma, ainda, seu compromisso e total disposição para colaborar com as autoridades competentes nas investigações em curso"

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