A Polícia Científica concluiu que falhas técnicas causaram o acidente e a morte da jovem de 25 anos que bateu em uma pedreira durante um salto de pêndulo em Campo Magro, na Região Metropolitana de Curitiba, no início de novembro. A corda de segurança, chamada de linha de vida, que deveria ser usada apenas durante a preparação, não foi retirada na hora da atividade.
“O primeiro erro foi a linha de vida muito maior do que o esperado. Quatro metros além do esperado, pelo menos. O outro é que não foi desconectada a linha de vida na hora do salto, então ela pulou com duas cordas e isso desviou da trajetória e ele se chocou. Só que ao invés de ficar presa, sustentada, como deveria ser uma linha de vida, ela foi tanta força pelo tamanho grande que desfez o nó que ela estava presa e daí nisso soltou a linha de vida e ela ficou só com a linha do rope jump, daí que ela bateu com a cabeça no paredão. E daí que ela morreu ali na hora pelo traumatismo craniano”, disse a perita criminal Margarida Neves.
Testemunhas disseram que os instrutores, que já tinham conduzido mais de vinte saltos no dia, apresentavam sinais de cansaço e falta de atenção.
A prática amadora é conhecida como “rope jump”. Ela não é regulamentada, mas precisa seguir algumas normas de segurança estipuladas pela ABNT. A empresa que oferece o serviço não apresentou documentos que comprovassem a habilitação dos envolvidos.
O dono da empresa e o instrutor que acompanhava a vítima na hora do acidente vão ser indiciados por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Eles devem responder ao processo em liberdade e, se condenados, podem pegar até três anos de prisão.
O delegado Ivan Silva disse que o crime é culposo. “O que ficou muito claro ao final do inquérito é que se tratou de uma situação de violação do dever objetivo de cuidado, que é que nós identificamos como crime culposo, aquele vulgarmente conhecido quando supostamente não há uma intenção de produzir o resultado”, pontuou.
Segundo a Prefeitura de Campo Magro, a empresa não tinha alvará de funcionamento. O Corpo de Bombeiros disse que não cabe a ele a fiscalização.