Câmera flagra onça-pintada e filhotes no Paraná

A imagem dos filhotes de 8 meses é inédita. A mãe, batizada de “Cacira”, já foi registrada outras vezes

Uma onça-pintada com seus dois filhotes passeando pelo Parque Nacional do Iguaçu, a 30 minutos de Foz do Iguaçu, no Oeste do Paraná, foi flagrada por câmeras escondidas na mata.

As imagens foram divulgadas pelo projeto Onças do Iguaçu, que trabalha na preservação dos animais. De acordo com pesquisadores, os filhotes têm oito meses de idade. A mãe, batizada de “Cacira”, já é conhecida pelo projeto e foi registrada outras vezes.

Na área brasileira da reserva que fica na tríplice fronteira, eles avaliam que vivem em torno de 25 onças-pintadas.

Onça-Pintada

Comprimento total: Até 2,70 m (máxima).
Peso: Entre 35 kg e 158 kg. As onças de áreas abertas, como o Pantanal, são maiores. As onças do Iguaçu pesam até 100 kg. Os machos são maiores que as fêmeas.
Dieta: De médios mamíferos, répteis e aves até grandes animais como antas, queixadas, veados, jacarés, porcos-do-mato, capivaras.
Número de filhotes: 1 a 4, mas o mais comum são dois filhotes
Gestação: 90 a 115 dias.
Longevidade:  Vive cerca de 12 a 15 anos em vida livre. Em cativeiro podem viver bem mais, quase o dobro.

Onças fêmeas começam a se reproduzir com 2 a 3 anos de idade, e machos com 3 a 4 anos de idade.

A característica mais marcante da onça-pintada são justamente suas pintas. Possui pelagem amarelo-dourado com pintas pretas na cabeça, pescoço e patas. Nos ombros, costas e flancos tem pintas formando rosetas que têm, no seu interior, um ou mais pontos. Podem ocorrer indivíduos inteiramente negros, sendo esta apenas uma característica melânica da mesma espécie. Mesmo nesses indivíduos, Na cabeça, na nuca e na cauda as pintas são sólidas (cheias), enquanto nos flancos elas formam rosetas com uma ou mais pintas em seu interior. 

Foto: Projeto Onças do Iguaçu

O padrão de pintas é bastante variado e pode ser usado para identificar uma onça individualmente, como se fosse uma impressão digital. Na garganta, barriga e partes internas dos membros a pelagem é branca. Podem ocorrer indivíduos inteiramente negros, sendo esta apenas uma característica melânica da mesma espécie. Mesmo nesses indivíduos. No Parque Nacional do Iguaçu, até o momento não há registro de indivíduos melânicos.
Outra característica dessa espécie é que ela não mia como a maioria dos felinos. Assim como o Leão, o Tigre e o Leopardo, ela emite uma série de roncos muito fortes que são chamados de esturro, que podem ser ouvidos por quilômetros.
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Distribuição histórica e atual da onça-pintada

A onça-pintada é o maior felino das Américas,  e o terceiro maior felino do mundo, depois do leão e do tigre..
A potência de sua mordida considerada a maior dentre os felinos de todo o mundo.

STATUS E DISRIBUIÇÃO
É considerada pela  IUCN como Quase Ameaçada. No Brasil a onça-pintada está listada como Vulnerável, mas seu status de conservação varia em cada bioma…

No Brasil a onça-pintada está listada como Vulnerável, mas seu status de conservação varia em cada bioma. Na Mata Atlântica a espécie está criticamente ameaçada. Estima-se que uma redução populacional de pelo menos 50%, provavelmente mais próxima a 87-90%, ocorreu nos últimos 10-15 anos na maior população de onças-pintadas da região do Alto Paraná.

A espécie já perdeu cerca de 50% de sua área de distribuição original (Sanderson et al. 2002), e atualmente é encontrada do norte do México a noroeste da América do Sul, leste do Peru e Bolívia (leste dos Andes), por todo o Paraguai e Brasil e norte da Argentina. (Desbiez et al. 2013).

Originalmente a distribuição deste animal se dava desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Agora onças estão oficialmente extintas nos Estados Unidos (alguns indivíduos ocasionalmente cruzam a partir do México), mas ainda pode ser encontrados na América Latina, inclusive no Brasil. De maneira geral, porém, suas populações vêm diminuindo onde entram em confronto com atividades humanas. No Brasil ela já praticamente desapareceu da maior parte das regiões nordeste, sudeste e sul (Sanderson et al. 2002; Torres et al. 2008).

Ocorre em vários tipos de habitat, desde florestas como a Amazônica e a Mata Atlântica, até em ambientes abertos como o Pantanal e o Cerrado.

Na Mata Atlântica a espécie está criticamente ameaçada. A situação da espécie é tão grave neste bioma que a estimativa é que existam menos de 20% de remanescentes adequados para sua sobrevivência (Ferraz et al. 2012). Restam menos de 300 onças no Bioma, e que poucas sub-populações tenham mais que 50 indivíduos, que é considerado o número mínimo viável de uma população.

Estima-se que uma redução populacional de pelo menos 50%, provavelmente mais próxima a 87-90%, ocorreu nos últimos 10-15 anos na maior população de onças-pintadas da região do Alto Paraná

Status de ameaça da onça-pintada em cada bioma

ECOLOGIA E HÁBITAT
A onça-pintada é ativa durante o dia e à noite, mas a maior atividade é noturna. Onças são solitárias, geralmente macho e fêmea só se encontram para acasalar. Para evitar contato entre si, os machos esturram para demarcar seu território. Eles também usam urina e fezes para essa demarcação.
Têm de 1 a 4 filhotes, mas o mais comum são dois filhotes, após uma gestação que dura de 90 a 115 dias.
Os filhotes nascem cegos e totalmente dependentes da mãe. Com duas semanas de vida eles abrem os olhos, e mamam até os 2 meses, quando começam a comer carne. Geralmente permanecem no ninho por até 6 meses, quando então começam a acompanhar a mãe nas caçadas.
Com cerca de um ano e meio a dois anos de idade os filhotes se separam da mãe e estabelecem seus próprios territórios. Onças-pintadas têm uma dieta variada, que pode incluir de antas a rãs (Seymour, 1989), mas geralmente sua dieta consiste de vertebrados de médio a grande porte, incluindo: queixadas e catetos, preguiças, capivaras, veados, tatus e até mesmo jacarés (Azevedo 2008; Cavalcanti & Gese 2010; Dalponte 2002). No entanto quando o número destes animais diminui, geralmente por alterações ambientais provocadas pelo homem, as onças podem vir a se alimentar de animais domésticos e por esse motivo são perseguidas (Azevedo & Murray 2007; Michalski et al. 2006, Silveira et al. 2008).

Onça-pintada Indira com o filhote Aritana

Onça-pintada Atiaia. Foto: Emílio White

AMEAÇAS

  • Redução e fragmentação de hábitats
  • Caça predatória
  • Caça por retaliação
  • Atropelamentos
  • Redução de presas
  • Conflito com populações humanas

AS ONÇAS-PINTADAS NO PARQUE NACIONAL DO IGUAÇU

Desde 2009 são realizados censos bianuais das onças-pintadas no Parque Nacional do Iguaçu. Os censos são realizados simultaneamente no Brasil e na Argentina (Proyecto Yaguareté). Os censos bianuais simultâneos nos dois países são um dos maiores esforços mundiais para acompanhamento da espécie, tanto em área quanto em período de amostragem.
Entre 1990 e 1995 o pesquisador Peter Crawshaw, falecido esse ano, estimou que a região abrigava entre 400 e 800 onças-pintadas, mas no final dessa década essa população apresentou um declínio alarmante, e a estimativa em 2005 era de que em toda a área do Corredor Verde houvesse apenas cerca de 40 onças-pintadas, um cenário desanimador e preocupante. No Parque Nacional do Iguaçu, em 2009 restavam entre 9 a 11 onças-pintadas, e a espécie estava perto da extinção local. No entanto, nos últimos quinze anos temos observado uma tendência de importante crescimento da população. Em 2016 a população estimada para o Corredor Verde era de em média 90 animais (entre 71 e 107), e em 2020 foi obtida uma estimativa média de 90 animais (entre 76 e 106) no Corredor Verde de Argentina e Brasil. Para o Parque Nacional do Iguaçu, no Brasil, o número médio foi de 24 animais (entre 20 e 28). Os dados indicam uma estabilidade da população.

Após a grande queda populacional sofrida no início deste século, a população de onças-pintadas no Corredor Verde vem se recuperando há mais de uma década, tendo conseguido dobrar entre 2005 e 2016 (de 40 para 90 animais).

Projeto Onça


 

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