Novo episódio de “Giro na História” destaca mulheres negras

Essas mulheres nomeiam ruas de Rio Preto

Hiltonei Fernando

Novo episódio de “Giro na História” destaca mulheres negras
Essas mulheres nomeiam ruas de Rio Preto
foto: Cristiano Furquim/Secretaria de Educação

No mês da Consciência Negra, o “Giro na História”, projeto da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Rio Preto-SP, faz um tributo a mulheres negras que são homenageadas em nomes de ruas e espaços públicos da cidade. O 21º episódio da série já está disponível no canal da SME no YouTube e aborda as trajetórias dessas figuras históricas, muitas vezes pouco reconhecidas, mas que fizeram e fazem parte da construção da sociedade.

O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, remete à morte de Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares, e foi instituído pela Lei nº 12.519, de 2011. A data é símbolo da luta por igualdade racial e da resistência da cultura afro-brasileira. O conceito de "consciência negra" ganhou força nos anos 1970, por meio de movimentos como o Movimento Negro Unido, e tem como objetivo promover o reconhecimento da contribuição dos negros para a sociedade brasileira.

O novo episódio do “Giro na História”, coordenado pelos professores Danilo Ferrari, Caio Ferreira e Bruna Gaspar, tem a participação de especialistas como as professoras Rosângela Ribeiro, Renata Albuquerque, Carolina Ramos de Freitas Oliveira e o professor e atleta Mauro Duda da Silva, bicampeão mundial de salto em distância. A proposta é mostrar o valor das mulheres negras que nomeiam ruas e praças, preservando suas histórias e destacando suas lutas e conquistas.

Mulheres negras que fizeram história

O episódio destaca figuras como Clementina de Jesus, sambista e ícone da música brasileira, homenageada com o nome da Rua Clementina de Jesus, no bairro São Deocleciano. A cantora, que começou sua carreira aos 63 anos, se tornou um símbolo da música afro-brasileira, gravando 13 discos e ganhando reconhecimento tanto no Brasil quanto no exterior. Antes disso, trabalhou como lavadeira e empregada doméstica, mas foi sua voz potente e seu talento para o samba que a tornaram uma lenda.

Outro destaque é a Praça Dona Rosa, localizada também no bairro São Deocleciano, que leva o nome de uma das mais antigas moradoras da região. Dona Rosa foi uma figura importante, conhecida por sua solidariedade e pelo conhecimento de ervas medicinais, utilizadas para curar diversos males. Seu legado de generosidade e cuidado com os outros fez com que seu nome fosse eternizado em um espaço público da cidade.

A importância das homenagens

A presença de mulheres negras nos nomes de espaços públicos é uma forma de reconhecer suas contribuições históricas e sociais. Essas homenagens ajudam a perpetuar a memória dessas figuras que, muitas vezes, não receberam a visibilidade que mereciam em vida. Além disso, refletem a importância de valorizar a história e a cultura negra na formação da identidade da cidade e do país.

Reconhecimento nacional

O “Giro na História” não é apenas um sucesso local. O projeto, que visa resgatar e divulgar aspectos da história de Rio Preto, foi reconhecido nacionalmente com o "Selo Saberes Históricos", uma premiação que destaca produções de conteúdo histórico de qualidade nas mídias digitais. Esse selo, concedido pelo Fórum Saberes Históricos, é uma prova do compromisso do projeto com valores éticos e científicos, tornando-o uma referência para outras iniciativas educativas e culturais no Brasil.

O episódio do “Giro na História” está disponível no YouTube e pode ser acessado diretamente pelo canal da SME, trazendo não só o conteúdo audiovisual, mas também materiais pedagógicos para uso nas escolas municipais. Essas produções complementam o currículo escolar, permitindo que os estudantes conheçam mais sobre a história local e suas raízes culturais.

Informação: Cristiano Furquim/Secretaria de Educação