O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, registrou queda de 0,36% em agosto. Este é o segundo mês consecutivo de deflação. A queda foi menor que a registrada em julho (-0,68%), quando a taxa foi a menor desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 1980.
O grupo dos transportes (-3,37%) TEVE maior impacto negativo sobre o índice geral, contribuindo com 0,72 ponto percentual (p.p.). A queda desse grupo foi influenciada principalmente pela retração nos preços dos combustíveis (-10,82%). Em agosto, os quatro combustíveis pesquisados tiveram deflação: gás veicular (-2,12%), óleo diesel (-3,76%), etanol (-8,67%) e gasolina (-11,64%). Item com maior impacto negativo sobre o índice geral, a gasolina teve redução de R$ 0,18 por litro nas refinarias no mês passado.
Os preços das passagens aéreas também caíram em agosto (-12,07%).No grupo habitação (0,10%), os preços da energia elétrica residencial (-1,27%) continuaram caindo, mas de forma menos intensa do que no mês anterior (-5,78%).
Por outro lado, a alta de 1,31% no grupo de saúde e cuidados pessoais é relacionada aos aumentos dos itens de higiene pessoal (2,71%) e plano de saúde (1,13%). Já a maior variação positiva no IPCA de agosto veio do grupo vestuário (1,69
Ainda no lado das altas, os preços no grupo alimentação e bebidas (0,24%) desaceleraram frente ao mês anterior (1,30%). Itens importantes na mesa das famílias tiveram inflação, como o frango em pedaços (2,87%), o queijo (2,58%) e as frutas (1,35%). Mas também houve queda nos preços do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).
Juliane do Amaral mora com o marido e a filha em São José do Rio Preto (SP) e diz que de julho para cá já tem sentido a diferença no bolso, principalmente nos gastos com combustível. “Com as compras senti melhora nos preços de alguns alimentos, como verduras, já no combustível, para encher o tanque estamos gastando pelo menos vinte reais a menos do que há dois meses. Isso já faz diferença pra gente”, conta Juliane.
Segundo o assessor de investimentos, Rafael Zaqueo, a expectativa à curto prazo é de que os preços continuem a cair. Já a longo prazo, é possível que o consumidor recupere parte do seu poder de compra. “Espera-se que no mês de setembro ocorra uma nova queda dos preços de produtos e serviços em geral, numa porcentagem menor do que neste mês de agosto e do que no mês de julho, mas ainda assim, uma queda considerável. Já em 2023, a expectativa é de que o consumidor volte a conseguir comprar aquilo que estava acostumado, principalmente quando se fala em alimentação”, comenta Rafael.