Aperitivos deliciosos da Psicanálise

Aos 130 anos de idade, mais atual e acessível do que nunca!

Os Nós da Mente

Neste espaço você irá ter um conteúdo onde vamos discutir temas que têm tudo a ver com a sua angústia. O divã será o blog e o psicanalista é o grupo de autores que vão escrever os artigos que irão abordar filmes, livros, músicas e o cotidiano, mas tudo ligado à saúde mental. Você irá perceber que não está sozinho. Vamos dar as mãos para caminharmos na jornada do autoconhecimento. Isso porque esse é um blog de psicanálise para você!

Um lugar para se conhecer
Divulgação/Istock

Por Yara de Barros,, psicanalista (@yara.de barros)

Nos idos da década de 60, Clarice Lispector frequentava o consultório de seu psicanalista cinco vezes por semana “sem atrasar ou faltar uma sessão sequer”, ao longo de um total de seis anos. Segundo Jacob David Azulay, seu analista, a escritora jorrava palavras, citava trechos e ia construindo seus livros durante as sessões.

Woody Allen foi um assíduo frequentador de divãs nova-iorquinos e o mais psicanalítico dos cineastas. Trazia para a grande tela a investigação de seus personagens, seus conflitos existenciais e suas impossibilidades, lançava perguntas e não se preocupava em dar respostas. Muitas vezes seus personagens escolhiam seguir vivendo imersos em suas neuroses. Mais vida real, impossível.

Na década de 70 quem se deitou no divã do extraordinário psicanalista britânico Wilfred Bion, foi o não menos extraordinário ator, diretor e produtor Clint Eastwood. Em crise na carreira, repensando suas escolhas, ele resolveu seguir a indicação de sua amiga Jane Fonda e procurou o Dr. Bion. A dupla analítica foi profícua. Clint disse que sua análise pessoal permitiu-lhe Descobrir o que era felicidade podendo encarar minhas tristezas. Descobrir o que é ter sabedoria encarando minha ignorância. Descobrir minha delicadeza encarando a minha violência. ” Aos 92 anos, Clint segue ativo, mais vivo do que nunca.

O catalão Salvador Dalí, icônico pintor surrealista da década de 20 do século passado, buscou na psicanálise o entendimento sobre si e suas obsessões e estampou em suas telas toda uma miríade de elementos oníricos apoiando-se no modelo psicanalítico do sonho. Dalí e o francês Breton, criador do surrealismo, eram fascinados por Freud e sua inovadora psicanálise, um portal para o inconsciente, fonte da criatividade humana sem as amarras da consciência.

No contemporâneo ela (a psicanálise) virou pop, se tornou acessível, diversificada e transpôs barreiras. 

A lista dos pacientes célebres é longa, e longa é a parceria da psicanálise com o campo da arte, filosofia, sociologia e humanidades no geral. Criada por Sigmund Freud, ao mapear o inconsciente a partir da própria auto-observação e da observação de seus pacientes da Viena do século XIX, a psicanalise nunca esteve tão em voga e tem sido usada inclusive para explicar os recentes fenômenos de massa (Invasão do Capitólio e atos golpistas em Brasília). No contemporâneo ela virou pop, se tornou acessível, diversificada e transpôs barreiras. Melhor hora impossível. No pós pandemia a saúde mental, ou a falta dela, virou assunto urgente, e a psicanálise, uma ferramenta fantástica, está agora mais acessível do que nunca.

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