Vale-refeição não acompanha alta de preços do setor alimentício

Em média, são 22 dias trabalhados, mas o VR só dá para 13; para comer fora de casa, trabalhador é obrigado a tirar dinheiro do salário

Setor alimentício enfrenta alta nos preços
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Diante do cenário inflacionário vivido no Brasil, o saldo do crédito do vale-refeição do trabalhador não tem acompanhado o aumento do custo médio da refeição fora de casa.

Um levantamento realizado pela empresa Sodexo Benefícios e Incentivos, mostrou que o valor gasto para comer fora de casa, no país, aumentou quase 50% nos últimos 10 anos. Em 2013, a refeição média saía a R$ 27,40. Hoje, R$ 40,64 é o preço médio pago.

Para a analista comercial Patrícia Braz, uma das opções para economizar é procurar lugares onde a refeição é mais barata. Por outro lado, ela afirma que, às vezes, não compensa por causa da distância, “a gente tem que se deslocar da empresa para lugares até longe, por causa do preço, do que a gente gasta para almoçar, então está bem complicado”, relata.

Segundo o economista Saulo Abouchedid, o aumento de preços no setor de serviços não é acompanhado pelo vale-refeição, dessa forma, “há uma perda do poder de compra na renda dos trabalhadores de maneira geral, o que acaba prejudicando a capacidade de esses trabalhadores de usarem o vale-refeição em todos os dias úteis do mês”, explica.

A conta no final do mês, acaba não fechando. Em média, são 22 dias trabalhados, mas, o vale-refeição só dá para 13 dias. Nesse caso, a única alternativa para não ficar sem se alimentar é tirar dinheiro do próprio salário. 

Em campinas, o valor médio da refeição é maior que a média nacional. Por aqui, o trabalhador gasta R$ 41,35 para comer fora. Nos primeiros três meses deste ano, o vale-refeição foi reajustado cerca de 7%. 

Ainda assim, o reajuste não aliviou para o trabalhador. De acordo com Abouchedid, existem dicas para fazer o vale-refeição render mais e não precisar tirar dinheiro do bolso. “O trabalhador pode pesquisar opções de marmitas perto do trabalho ou levar a própria refeição de casa para o trabalho”, sugere o economista.

E a expectativa para o futuro não é animadora. Economistas afirmam que a alta da inflação e os efeitos da PEC Kamizake, que prevê a liberação de gastos do Governo Federal para a criação de novos benefícios sociais ainda em 2022, devem deixar o valor do serviço de alimentação ainda caro nos próximos meses.

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