A Unicamp lançou o "Refúgio Acadêmico" que pretende acolher professores, pesquisadores e estudantes que vivem em regiões conflagradas do planeta. O programa reúne outras universidades e a Fepasp já lançou um edital no valor de R$ 20 milhões para pesquisadores em situação de risco.
A ideia é promover o acolhimento por meio de bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e de professor visitante.
De acordo com a professora Ana Carolina Maciel, presidente da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM/ACNUR), o programa se insere em um histórico de acolhimento de estrangeiros por parte da universidade.
"Desde a sua origem, a Unicamp vem recebendo docentes e pesquisadores estrangeiros. Com o agravamento das atuais crises humanitárias, as demandas vêm crescendo. Nosso programa vem institucionalizar essa vocação, organizando detalhadamente as frentes para o acolhimento de pesquisadores em situação de risco", afirmou.
Alunos estrangeiros
O programa de internacionalização da Unicamp tem hoje 480 alunos estrangeiros na graduação e 908 na pós-graduação, provenientes de 71 países, 15 deles refugiados de diversas nacionalidades.
No Brasil desde 2013, o sírio Nour Koeder, de 30 anos, ingressou em 2020 em Artes Cênicas na condição de refugiado. Ele relata dificuldades com a língua, a regularização de documentos e com a própria sobrevivência no país.
"A Unicamp foi fundamental para mim. Minha vida melhorou muito depois que consegui uma vaga aqui", afirmou.