A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) publicou, nesta última quinta-feira (28), uma nota a respeito do caso do professor Paulo Lício de Geus, que foi citado no relatório final do inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga a tentativa de golpe de Estado. A reitoria da universidade reafirma o compromisso com a democracia e repudia os atos investigados.
Paulo Lício de Geus é professor do Instituto de Computação. No documento da PF, ele foi citado ao menos 12 vezes por, supostamente, ter ajudado na elaboração e revisão do relatório encomendado pelo Partido Liberal (PL), que juntava provas para contestar a veradicidade das urnas eletrônicas. Ele não foi indiciado no caso.
Em um trecho do documento ele chega a informar o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, que seu pedido a respeito de “votação anormal em horários estranhos” registradas nas urnas apuradas de 2020 não seria possível porque as apurações do segundo turno se encerravam por volta das 20h.
Em nota, a Unicamp diz: “Lamentamos profundamente que um membro de nossa comunidade tenha, aparentemente, se associado a ações coordenadas a fim de disseminar informações falsas sobre o processo eletrônico de votação.”
A universidade aproveita para lembrar a longa tradição na luta pela democracia que percorre desde os anos 1970. “Essa luta se materializou nas diversas batalhas que travamos, junto a setores da sociedade civil, para reconquistá-la, fortalecê-la e ampliá-la e para amplificar seu conteúdo de justiça social. Essa luta também se expressou por meio da atuação de grandes nomes de nosso quadro de docentes”.
*Estagiário sob supervisão