Campinas (SP) realiza até 24 de março um trabalho de busca ativa sobre casos suspeitos de sarampo e rubéola dentro da mobilização “Dia S”, que ocorre em todo Estado e a nível nacional. O objetivo é ampliar medidas preventivas contra as doenças: a rubéola foi registrada pela última vez na cidade em 2008, enquanto o sarampo foi em 2021. Em paralelo, a Secretaria de Saúde reforça a orientação de vacinação contra as doenças.
O objetivo é identificar casos suspeitos das doenças que passaram pelos serviços de saúde do município e não foram detectados em tempo oportuno. A partir disso, o trabalho do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) e das Vigilâncias Regionais é instituir medidas necessárias como investigação dos contatos dos casos e a imunização de pessoas com o esquema vacinal incompleto para quebrar a cadeia de transmissão da doença. O trabalho em Campinas teve início na quinta-feira (14/03). “Apesar da situação de eliminação do sarampo e rubéola, a atenção aos casos de pacientes com exantema [manchas vermelhas] deve ser redobrada neste contexto de epidemia de dengue, com observação dos critérios clínicos para diagnósticos diferenciais”, explicou a médica pediatra Elda Motta, do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa).
As buscas já são realizadas em atividades de rotina da Saúde, e o trabalho de busca ativa representa um reforço sobre o que já é executado. Elas se dividem em dois eixos:
- Prospectiva: os serviços de saúde identificam pessoas com sinais e sintomas de sarampo ou rubéola. Com isso, atuam para notificar os casos imediatamente e trabalham para que eles sejam consolidados semanalmente para comunicação negativa ao Devisa. A atividade ocorre em locais como serviços de saúde, locais de trabalho, residências e escolas.
- Retrospectiva: o levantamento considera fontes de informação como prontuários clínicos e fichas de atendimento em serviços de saúde e laboratório, e a busca é focada em pessoas que apresentaram sinais e sintomas na comunidade nos últimos 30 dias.
Cobertura vacinal
As doses de vacinas contra sarampo e rubéola estão disponíveis em todos os 68 centros de saúde de Campinas. Em 2023, a cobertura ficou com os seguintes índices:
- 1ª dose tríplice viral - 93,99%
- Tríplice viral - 86,79%
A meta é de 95% para cada grupo. Com isso, a Pasta recomenda que os pais ou responsáveis mantenham a caderneta das crianças atualizadas, conforme faixa etária.
O sarampo é uma doença contagiosa, causada por um vírus que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas pelo corpo. É transmitida de pessoa a pessoa por tosse, espirro ou fala especialmente em ambientes fechados. Facilita o aparecimento de doenças como a pneumonia, diarréia e pode levar à morte, principalmente em crianças pequenas.
A rubéola também é contagiosa, provocada por um vírus que atinge principalmente crianças e provoca febre e manchas vermelhas na pele, começando pelo rosto, couro cabeludo e pescoço e se espalhando pelo tronco, braços e pernas. É transmitida pelo contato direto com pessoas contaminadas.
A caxumba é uma doença viral, caracterizada por febre e aumento de volume das glândulas que produzem saliva na boca (parótida) e, às vezes, das glândulas que ficam abaixo da língua e do queixo (sublinguais e submandibulares). O maior perigo é a caxumba “descer”, isto é, causar inflamação dos testículos principalmente em homens adultos, que podem ficar sem poder ter filhos depois da infecção. Pode causar ainda inflamação dos ovários nas mulheres e meningite viral. É transmitida pela tosse, espirro ou fala de pessoas infectadas.
Quantidade de doses: duas doses
Quando receber a vacina: aos 12 e 15 meses.
Quantidade de doses para os casos da vacinação tardia (após 15 meses): até 29 anos são duas doses, e na faixa de 30 a 59 anos é uma dose.