Prefeitura de Campinas esteriliza 29 capivaras que vivem na Lagoa do Taquaral

Cerca de 200 animais que vivem em parques públicos da cidade serão submetidos ao procedimento para redução de nascimentos de filhotes

Por Da redação

Prefeitura de Campinas esteriliza 29 capivaras que vivem na Lagoa do Taquaral
29 animais passaram por cirurgia
Divulgação

A Prefeitura de Campinas (SP) realizou a cirurgia para controle reprodutivo de 29 capivaras que vivem na Lagoa do Taquaral. Cerca de 200 animais devem passar pelo procedimento. A ação busca combater a transmissão da febre maculosa por meio da redução de nascimentos de filhotes.

O manejo das capivaras começou no dia 26 de setembro, com a ceva (alimentação controlada em locais e horários específicos), passando pela captura do grupo, realização das cirurgias (vasectomia e salpingectomia) e recuperação. 

O processo segue em andamento com a soltura dos animais esterilizados e captura dos animais satélites, aqueles que pertencem ao grupo mas não ficam, necessariamente, juntos a ele, vivem nas proximidades.

Manejo

O manejo reprodutivo das capivaras tem por objetivo combater a transmissão da febre maculosa por meio da redução de nascimentos de filhotes. A doença é causada pela bactéria  Rickettsia rickettsii, transmitida para as pessoas por meio da picada do carrapato-estrela, presente no ambiente e encontrado em diversos animais, inclusive nas capivaras. 

Por se tratar de fauna silvestre, o manejo é solicitado e submetido a análise da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística (Semil).

Nesta primeira fase do projeto, serão esterilizadas cerca de 200 capivaras que vivem livremente no Parque Portugal (Lagoa do Taquaral), Lago do Café, Parque Ecológico Monsenhor Emílio José Salim e Parque das Águas. 

As cirurgias dos grupos de capivaras do Lago do Café e do Parque Taquaral são realizadas no centro de manejo especialmente construído para este fim na Lagoa do Taquaral. São dois recintos onde os animais passam pelo procedimento cirúrgico e, depois, cumprem o período de recuperação.

Outros parques receberão estruturas de centro cirúrgico móvel para otimizar o manejo e evitar o stress que seria gerado no embarque, transporte e desembarque dos animais, além de diminuir a possibilidade de dispersão de carrapatos e da própria Rickettsia.

As capivaras vivem em grupos, com uma estrutura social própria e, para evitar brigas e disputas por território, será manejado um grupo de capivara por vez, independentemente do número de indivíduos.

Trabalho conjunto

O secretário do Clima, Meio Ambiente e Sustentabilidade (Seclimas), Rogério Menezes, ressalta a importância da interação de várias setores da Prefeitura para o combate à transmissão da febre maculosa. 

“É preciso destacar o trabalho integrado, sob coordenação da Defesa Civil no Grupo de Controle de Arboviroses e Zoonoses, que envolve também as Secretarias de Saúde, Serviços Públicos e Seclimas, entre outros atores, com foco na saúde pública mas com embasamento técnico tanto na biologia da capivara quanto nos aspectos ambientais e do ciclo de vida do carrapato", enfatiza Menezes.

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