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PM é preso suspeito de matar mulher que tentou proteger o filho em Indaiatuba

Maria Helena teria intervindo ao ver o militar ameaçar o filho dela; o policial afirma que tiro foi acidental e não percebeu que o disparo atingiu a mulher

Por Da redação

PM é preso suspeito de matar mulher que tentou proteger o filho em Indaiatuba
Local do crime
Foto: TV Sol

Um policial militar, de 41 anos, foi preso nesta segunda-feira (8) suspeito de matar Maria Helena dos Santos, de 55 anos, com um tiro no rosto, em Indaiatuba (SP). Segundo o Boletim de Ocorrência, a mulher teria intervindo ao ver o militar ameaçar o filho dela, de 34 anos, e acabou sendo baleada na última quinta-feira (4). Após o disparo, o atirador fugiu.

A Polícia Civil, com o apoio do sistema de vigilância da Guarda Municipal, conseguiu identificar na sexta-feira (5) que o carro usado pelo atirador, um Chevrolet Meriva, pertencia ao policial Paulo Rocha Silva, que atua no 47º Batalhão de Polícia Militar de Campinas (SP). 

Uma das pessoas que presenciou o assassinato de Maria Helena reconheceu o policial como o autor do disparo e, ainda, forceceu às autoridade um relato do ocorrido. Essa testemunha foi detida no dia do crime pois tinha em seu desfavor um mandado de prisão por falta de pagamento de prisão alimentícia. 

O delegado responsável pela investigação, dr. Danilo Amâncio Leme, pediu à Justiça que fosse expedido um mandado de prisão preventiva contra o suspeito no sábado (6). Todavia, antes que fosse aceito o pedido, o policial militar Paulo Rocha Silva se apresentou na delegacia. 

O militar Paulo Rocha Silva disse à polícia que atirou acidentalmente. Segundo a sua versão, ele havia ido tirar satisfação com dois homens que teriam ofendido a namorada dele, que mora na região, e ao descobrirem que ele era PM tentaram tirar a arma dele. Então, durante a confusão, a arma teria sido disparada. Ainda, disse que não percebeu que o disparo acertou o rosto de Maria Helena e só soube da morte no dia seguinte. 

Essa versão não condiz com o relato da principal testemunha, afirma o delegado Danilo Amâncio Leme. Nessa versão, o policial militar teria abordado os dois homens e a mãe de um deles viu e questionou o motivo da abordagem. Paulo Rocha Silva teria falado para a mulher se afastar, se não atiraria ela, Maria Helena teria dito “então atira” e ele atirou. Ainda, a motivação da abordagem seria outra, pois o homem disse que os homens eram "do corre” e teriam “atrasado o lado dele”. 

Outras testemunhas devem ser ouvidas para apurar as versões divergentes, segundo a Polícia Civil. 

No domingo (7) foi decretada a prisão dele e nesta segunda-feira (8) o próprio comando da Polícia Militar (PM) apresentou o polícia, que passou por audiência de custódia e foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes. 

A arma que teria sido usada pelo policial para efetuar o disparo teria sido entregue primeiro ao Comando da Polícia Militar e não a Polícia Civil, que investiga o caso. Nesta segunda-feira (8), o armamento foi entregue na delegacia para passar por perícia no Instituto de Criminalística de Campinas (SP).  

O crime 

O crime aconteceu na noite desta última quinta-feira, dia 4 de julho, na  rua Tamoio, na Vila Maria Helena, em Indaiatuba (SP). Conforme o registro policial, Maria Helena dos Santos estava passeando com o cachorro quando, por volta das 22h, viu um homem ameaçando o filho dela, de 34 anos, e um outro rapaz. 

Armado, o homem teria dito à Maria Helena para sair do local. A mulher se recusou e ele efetuou um disparo, que acertou o rosto dela, e depois fugiu. O socorro chegou a ser acionado, mas a vítima morreu no local.

Horas antes do crime, segundo uma testemunha, esse homem teria ameaçado alguns jovens na praça do bairro Camargo Andrade. Na ocasião, ele teria dito que iria pegá-los, pois eles haviam “mexido” com sua família. 

O caso foi registrado como homicídio e o autor dos disparos ainda não foi identificado.

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