A Polícia Civil de Boituva apresentou nesta quinta-feira (21) uma medida cautelar que pede a proibição imediata de lançamento de paraquedistas e voo em áreas urbanas. O documento foi apresentado após a morte de um aluno de paraquedismo, que caiu em uma área residencial da cidade na terça-feira (19).
Em cinco, das seis páginas do documento, estão imagens inéditas do salto que terminou com a morte do empresário, Andrius Jamaico Pantaleao, de 38 anos. Na primeira imagem é possível ver o paraquedista fora do avião, de barriga para baixo, sendo segurado pelo braço e perna pelo instrutor. Neste momento ele aparece na posição correta para o salto.
Entretanto, logo na foto seguinte, Andrius Jamaico aparece desestabilizado. O empresário é jogado pelo vento para frente e para trás. Segundo depois, as últimas imagens mostram apenas as pernas do instrutor.
Por fim, o aluno do Centro Nacional de Paraquedismo (CNP) acaba caindo em queda livre – sem conseguir abrir os paraquedas – por aproximadamente 4 mil metros de altura. A vítima atingiu o telhado de uma casa e acabou morrendo.
De acordo com o documento, a medida é necessária para evitar que os acidentes sejam ainda mais graves e mais pessoas se machuquem. No caso de áreas residenciais, o paraquedista pode atingir casas, comércios, escolas, gerando ainda mais riscos. O delegado Emerson Jesus Martins afirma que “se a medida não for cumprida pelo Centro Nacional de Paraquedismo, o local será multado e as atividades serão suspensas.”
O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, para descobrir se o acidente foi causado por falha humana ou do equipamento do paraquedista.
Os acidentes envolvendo saltos de paraquedas vêm causando medo na população. A dona da casa atingida pelo paraquedista falou com a equipe da Band e pediu que providências sejam tomadas:
“Eu acho que é uma tragédia anunciada, porque já aconteceu várias vezes ao redor aqui no nosso bairro, várias tragédias. O avião é muito rasante sobre as residências, inclusive a gente já andou reclamando, mas infelizmente é um esporte que está levando o nome da cidade, a gente não tem nada contra, mas [pede por mais] segurança”.
O delegado Emerson Jesus Martins fala mais sobre o caso:
Entrevista: Cida Haddad
Vídeo: Ricardo Cavalcanti
*Sob supervisão de Rose Guglielminetti.