Pai e filho são presos em operação contra vazamento de dados de ministros do STF

Polícia Federal cumpriu os mandados de prisão em Valinhos; grupo criminoso movimentou R$ 10 milhões

Da Redação

Pai e filho são presos em operação contra vazamento de dados de ministros do STF
PF também realizou mandados de busca e apreensão
Divulgação/PF

A Polícia Federal (PF) cumpriu nesta quinta-feira (1º) três mandados de prisão preventiva durante a Operação I-Fraude, que desarticulou uma organização criminosa responsável pela invasão de sistemas federais e venda de dados pessoais por meio de painéis de pesquisas. Entre as pessoas que tiveram dados vazados, estão ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras autoridades. Foram cumpridos dois mandados de prisão em Vinhedo (SP) e um em Caruaru (PE). Os presos na região de Campinas (SP), são pai e filho. A suspeita é de que o grupo criminoso tenha movimentado cerca de R$ 10 milhões em quatro anos. 

Foi determinado ainda o bloqueio de até R$ 4 milhões das contas bancárias dos investigados.

Investigações

De acordo com as investigações, os trabalhos policiais tiveram início a partir da identificação da invasão de banco de dados de sistemas federais. Informações pessoais de milhares de pessoas foram subtraídas e estavam disponíveis para consulta indiscriminada, inclusive por criminosos.

Foram expedidos 11 mandados de busca e apreensão para cumprimento em cinco estados diferentes da federação: três foram cumpridos em São Paulo; um em Pernambuco; dois em Rondônia; quatro em Minas Gerais e um em Alagoas. Também foram cumpridos, simultaneamente, sete mandados de medidas cautelares diversas da prisão contra os investigados.

O painel de consulta era oferecido, principalmente, através de plataformas de redes sociais. Existiam diversos “planos” de mensalidades, de acordo com o número de consultas realizadas. Tal painel contava com aproximadamente dez mil “assinantes” com uma média de dez milhões de consultas mensais.

Dentre os usuários, foi possível identificar membros de facções criminosas e até mesmo integrantes das forças de segurança. Com relação a estes últimos, os criminosos ofereciam o serviço de forma gratuita. No entanto, o servidor precisava enviar, para comprovação de identidade, foto de sua carteira funcional. Dessa forma, os criminosos obtiveram cadastro, com foto, de milhares de servidores da segurança pública e também forneciam esses dados.

As penas para o crime de invasão de dispositivo informático, lavagem de bens ou valores e organização criminosa podem chegar a 23 anos de reclusão.