A Promotoria Criminal de Campinas protocolou, nesta segunda-feira (23), a denúncia do Ministério Público (MP) contra o homem que ateou fogo no Pico das Cabras, uma área de mata na Estrada do Capricórnio, no distrito de Joaquim Egídio. O artigo 250 do Código Penal - Causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio - prevê para o crime pena de reclusão de 3 a 6 anos, podendo ser aumentada em um terço quando o incêndio é provocado em mata ou floresta.

Segundo a promotora Verônica Kobori, o denunciado carregou no carro sacos de estopa branca, frascos de inflamáveis e cera, usando o material para provocar o fogo. O fogo afetou uma área de aproximadamente 195 hectares e chegou a atingir ainda a sede de uma fazenda. O mesmo homem teria provocado, ainda, queimadas em outros locais na região, entre as cidades de Morungaba (SP) e Itatiba (SP). De acordo com o Corpo de Bombeiros, foram lançados 123 mil litros de água para apagar o incêndio. 

O incêndio na região é alvo também de um inquérito civil, instaurado em 13 de setembro, pela promotora Luciana Ribeiro Guimarães Viegas de Carvalho para, entre outros objetivos, apurar os danos ambientais e verificar as medidas necessárias para reparação.

Relembre a prisão 

A Polícia Ambiental prendeu, em 10 de setembro, o suspeito de provocar incêndios no Pico das Cabras, no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP). O homem foi levado para o 12º Distrito Policial, em Sousas.

De acordo com a polícia, a atitude do suspeito, que já havia sido visto circulando com carro em área de queimada nos últimos dias, chamou a atenção e motivou abordagem. Ele estava próximo ao local onde houve dois focos de incêndio no final da tarde do dia 10 de setembro, a aproximadamente 1 km do local da queimada, portanto, longe de onde o fogo poderia se propagar. 

No carro, com placas de Vinhedo (SP), foram encontrados dois sacos de estopa, dois frascos de uma substância inflamável, uma lata de cera, uma lata enrolada com linha e uma mecha de estopa branca escondida na coifa do veículo.

O homem negou ter cometido o incêndio, porém, disse que estava descontrolado porque, em abril deste ano, perdeu o único filho, de 12 anos de idade, com meningite e alegou que não aceita a morte da criança, além de estar com um câncer no testículo, com metástase.