Nem precisa ter vivido os anos 2000 para conhecer o KASINO, formado atualmente por Fabio Almeida (JAMM’) e Ian Duarte, que não só marcou uma geração com seus hits que dominavam as pistas de dança, como também deixou uma herança musical que ressoa até hoje. Com aquela sensação de nostalgia, recebemos a notícia de que o icônico projeto de música eletrônica é uma das atrações do Laroc, em Valinhos (SP,) neste sábado (31).
A dupla se apresenta na festa Rewind, uma noite que tem como objetivo levar o público à era de ouro da dance music daquela primeira década do novo milênio. O line up também contará com outras atrações nacionais e internacionais: Adriano Pagani, Alex Gaudino, Fat, Mark Ursa, Ronaldinho, Tocadisco e Yves Larock.
A estreia do KASINO em um dos clubs mais prestigiados do Brasil tem um peso importante e reflete a relevância que o projeto carrega. Com sucessos como "Can't Get Over", “Shake It!” e "Stay Tonight", definiu o som de uma era, misturando batidas contagiantes com melodias inesquecíveis. Mais do que um simples show, essa apresentação simboliza o reencontro com uma história que nunca deixou de pulsar nas memórias e nos corações dos fãs.
Fundado em 2003, o projeto deu uma pausa na carreira, de longos 13 anos. Em 07 de outubro de 2022 lançou uma música nova, a “Get Down”, mas o retorno oficial só veio no ano seguinte e desde então a internet tem revivido com humor e carinho o famoso meme criado pelo apresentador Gilberto Barros:"AEE KASINÃO!".
Refletindo a era dourada da dance music, a performance no Laroc é uma oportunidade única de reviver a nostalgia daquela época e celebrar a trajetória e a evolução de um projeto que, assim como o grito "AEE KASINÃO!", deixou uma marca indelével na cultura pop e na música eletrônica nacional.
Aproveitamos a vinda do duo para a região e batemos um papo exclusivo com Ian e Fabio. O JAMM’ inclusive acabou de lançar o remix oficial de “Posso Beijar Sua Boca?” para Anitta e Léo Santana. O lançamento também tem um peso importante, de quebra de paradigmas e da segregação do mercado musical que divide o público por gêneros distintos.
Siga a leitura e confira a entrevista completa.
Ver o KASINO se apresentando em dos clubs mais icônicos do Brasil, em uma noite que celebra a música dos anos 2000, é um prato cheio para os fãs. Como vocês se sentem com essa estreia no Laroc e como estão se preparando para essa apresentação?
A ficha ainda não caiu e provavelmente só cairá no sábado quando entrarmos pela primeira vez no Laroc. O convite para o evento Rewind nos deixou ainda mais orgulhosos do que construímos ao longo destes 21 anos do projeto e a certeza de que o KASINO tem um futuro brilhante pela frente.
O formato atual, em dupla, na verdade pensado para ser assim desde o início em 2003, vem rendendo apresentações incríveis. Para o set da Laroc estamos produzindo um conteúdo exclusivo especial para celebrarmos este momento maravilhoso do projeto!
Após 21 anos de carreira e um hiato de 14 anos, essa retomada do KASINO acontece em um cenário musical totalmente diferente. Quais são as principais diferenças que vocês notam entre aquela época e o cenário atual?
Era um mundo completamente diferente: O YouTube era uma novidade, Orkut bombando, Napster e MP3 dominando os primeiros passos da música digital. A música eletrônica era chamada de dance music e as músicas ainda tinham estrofes, pré-refrão e um refrão chiclete… A alegria nas pistas das baladas parecia outra: Amigos dançando, cantando e celebrando juntos muito sem se preocupar em fazer stories.
Atualmente os festivais, clubes e pistas do mundo sofrem com esse esfriamento e as pessoas parecem mesmo estarem mais preocupadas em filmar para postar perdendo a mágica do momento. A proposta do KASINO é resgatar esse clima nostálgico das baladas 2000 sempre olhando para o futuro. Por isso a importância do formato atual, mais alinhado com a atualidade e adequado para essa nova etapa.
Vocês devem ter lembranças muito especiais da trajetória do KASINO. Um dos momentos que está na memória de todos é a apresentação no programa do Gilberto Barros, que acabou se tornando um meme atemporal. Como vocês veem a importância de ter levado a música eletrônica para a TV aberta naquela época, e o que acham que isso significou para a popularização do gênero no Brasil?
Desde o início a ideia do projeto KASINO era popularizar cada vez mais o eletrônico. Desde a música em uma trilha das novelas na Globo até o planejamento da formação da época, foi com bailarinas e um vocalista à frente da dupla. Tudo foi pensado para que o público assimile mais fácil o que era o KASINO. Sabemos que começamos um movimento ali, da nossa forma, mas foi essencial para ligar o grande público com o estilo no Brasil.
Comercialmente era fora da caixinha para venda em eventos. Por isso a assessoria de imprensa na época foi "brifada" para programas extremamente populares como o Superpop, Sabadaço entre outros. Fazemos música para todos dançarem e o mais importante, cantarem juntos, mesmo sendo em inglês. Buscamos palavras mais fáceis para o brasileiro pronunciar e que estejam sempre de acordo com nossas idéias do projeto. Por isso falamos muito de amor. A própria "Can't get Over" - hit do KASINO - é assim.
O KASINO faz parte da história de muitas pessoas. Como um projeto lendário que marcou a dance music no Brasil, qual mensagem vocês gostariam de passar para a nova geração de DJs e produtores?
A gente tem acompanhado com muito orgulho a nova geração que vem representando lindamente o Brasil na cena. Acreditamos que o mais importante é a galera não esquecer da essência da música eletrônica; alegria e as vibes positivas acima de tudo.
JAMM' recentemente você lançou um remix da música "Posso Beijar Sua Boca?" para Anitta e Léo Santana. Como foi o processo criativo desse remix, e o que você acha que essa colaboração trouxe de novo para a cena?
O convite da Universal me surpreendeu e me deu a possibilidade de voltar a trabalhar oficialmente com grandes nomes nacionais do pop. Nesta produção fiz questão de conservar os elementos brasileiros - afinal Anitta é nossa maior representante lá fora, atualmente - e não faria nenhum sentido pegar um groove tão brasileiro da original e esfria-lo. Um remix tem que potencializar ao máximo a versão original para ganhar novas frentes e tocar em outras pistas. Essa foi minha meta aqui: Propor uma ponte entre o latin tech, o funk e a house.
O remix para Anitta e Léo Santana demonstra uma clara adaptação ao mercado atual, conectando a música eletrônica com públicos mais amplos e jovens. Qual a importância de quebrar as barreiras musicais, especialmente em um momento em que a diversidade e a fusão de estilos são tão relevantes?
As distâncias entre as culturas e povos já estão cada vez menores a cada ano e a cada passo da tecnologia. A música é um dos elementos principais na quebra de barreiras aproximando pessoas independente da língua. Pessoalmente sempre trabalho essa mistura. O meu nome artístico - JAMM' - não foi por acaso: Busca sempre conectar através de uma geléia, uma mistura de elementos, culturais, ritmos e melodias que fazem parte da minha bagagem na música.
Como foi para você, pessoalmente, colaborar com dois dos maiores artistas do Brasil, Anitta e Léo Santana, neste remix? O que esse lançamento representa para você em termos de realização profissional e impacto na cena musical brasileira?
Essa colaboração chegou em um momento muito especial para mim, afinal neste ano estou celebrando 25 anos como produtor musical. Foi um presente maravilhoso receber o convite e a confiança da Universal Music por tratar-se de uma colaboração envolvendo dois gigantes do Brasil: Anitta e Léo Santana. Para a cena musical brasileira, é mais um grande movimento em prol da expansão mundial, tendo em vista que a meta deste projeto remixes é alcançar os DJs internacionais.
Muito obrigada pelo tempo de vocês. Gostariam de compartilhar as próximas novidades e deixar uma mensagem para os fãs?
Nós que agradecemos imensamente pela oportunidade e principalmente pelo carinho e apoio dos fãs do Kasino - os queridos "Kasiners"! E que venham mais 20 e poucos anos de Kasinão!!
