A Polícia Civil informou que o laudo pericial do Instituto de Criminalística, divulgado nesta quarta-feira (18), apontou “total deformidade em desacordo com as normas técnicas” do dispositivo de sucção da cascata que prendeu o cabelo de uma menina de 9 anos por sete minutos e causou o afogamento dela em uma piscina de um hotel de luxo em Campinas (SP). O acidente aconteceu no dia 23 de novembro e a criança morreu no dia 5 de dezembro, aniversário dela, após 13 dias de internação no Hospital Municipal Dr. Mário Gatti.

Durante coletiva de imprensa, o delegado Luiz Fernando Marucci, responsável pela investigação do caso, informou que, 40 dias antes do acidente, foi registrado um caso parecido. Uma menina de sete anos prendeu o cabelo no dispositivo, mas o irmão dela logo percebeu e ela foi socorrida. Agora, as investigações apuram se houve outros casos semelhantes e quem é o engenheiro ou técnico responsável pelo dispositivo. Desde o acidente, a cascata está desativada e a piscina segue em uso.

O laudo confirmou a morte por afogamento e que a criança ficou por mais de 7 minutos submersa.

O inquérito aberto pela Polícia Civil investiga o caso atualmente como homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.

O que diz o hotel?

Em nota, o Royal Palm Plaza Resort expressou profundo pesar pelo acidente e afirmou que tem colaborado com as investigações desde o início. O dispositivo da cascata, onde o acidente ocorreu, foi desconectado e a cascata foi desligada de forma permanente.

Sobre possíveis acidentes anteriores envolvendo o dispositivo, o hotel alegou que não tinha conhecimento de nenhum incidente antes de novembro, apenas recebeu uma mensagem de uma hóspede dias após o acidente. A administração informou que ainda não teve acesso ao laudo, mas segue à disposição das autoridades para quaisquer esclarecimentos.

A nota também destacou que todos os ralos das piscinas são antissucção e antiaprisionamento, reiterando o compromisso com a segurança e o bem-estar dos hóspedes, e a continuidade dos protocolos e procedimentos de segurança.