Uma mulher de 73 anos foi resgatada de condições análogas à escravidão, em Itapetininga (SP), nesta terça-feira (18). Segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), ela trabalhou por 10 anos como empregada doméstica e cuidadora de uma idosa de 99 anos, recebendo um salário de R$ 220 por semana e sem folgas.
A Polícia Federal, que participou da operação, deve instaurar investigação criminal contra os empregadores da trabalhadora resgatada. A idosa foi contratada informalmente, por isso, não possui registro em carteira de trabalho.
Segundo depoimento prestado pela mulher, pelo fato de ser a única cuidadora, ela não conseguia sair da casa dos empregadores, exceto pelo período de uma hora no dia, quando um dos filhos ia à casa alimentar a mãe idosa. Em uma década, a vítima diz que conseguiu dormir fora da casa dos empregadores apenas uma vez, quando conseguiu passar o Natal com o filho.
“No seu depoimento, a trabalhadora deixou claro que não tem vida social. Não consegue ir à igreja, fazer compras, atender a convites dos vizinhos para festas. Em 10 anos, praticamente não saiu da casa onde trabalha. Ela trabalhou sem parar, por uma década, sem férias, descanso semanal, sem um salário digno ou qualquer direito mínimo do qual ela é beneficiária. A situação se enquadra em trabalho escravo, pois sua dignidade foi esquecida e desrespeitada pelos empregadores”, afirmou o procurador Gustavo Rizzo Ricardo.
Os auditores fiscais do trabalho efetuaram o resgate por meio da lavratura de auto de infração.