A Sala dos Toninhos, na Estação Cultura, recebe neste sábado (23) o Festival Perifa Viva. O ingresso é de 1kg de alimento não perecível, que será distribuído às famílias de alta vulnerabilidade de seis bairros de Campinas.
Nesta primeira edição do evento, segundo os organizadores, promete ser um grande encontro de vozes periféricas com duração de 12 horas ininterruptas de apresentações.
“Nenhum outro festival que conheci teve o compromisso de apoiar financeiramente todos os artistas e demais agentes envolvidos no evento e ainda oferecer uma legítima propagação de arte periférica, acessível para todos os públicos. Vi aqui uma oportunidade de trabalharmos em rede no fortalecimento de nossos coletivos e de nossa comunidade”, diz Aldinan Campos, 17 anos, co-liderança do Projeto Alimentando Vidas.
O evento cultural é produzido pelos coletivos Alimentando Vidas, NaViela e Sarau Movimentarte, iniciativas lideradas por jovens das periferias da cidade de Campinas e pelo artista autoral Bobis Abakxi.
O Festival Perifa Viva também conta com apoio da Fundação FEAC, Prefeitura Municipal de Campinas, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, e da Casa Hacker.
Programação
Música
O palco do evento receberá Giô Art Music, Sallon, Bobis Abakxi e Monaju com apresentação de repertório autoral, além dos DJ’s Flavio Rude, Raquel Ruff e Clandestina que juntos formam o Ruffneck Sound System, grupo que pesquisa a música jamaicana e passeia por todos os períodos e ritmos do reggae, com influências do rap, soul, r&b (Rhythm and blues), entre outros.
Circo
Nicky Karii, Rueiro e Cezinha apresentarão o “Cabaré da estação” e levarão ao evento a alma do circo de rua, com palhaçadas, malabarismos, equilibrismo e pirofagia, onde a manipulação do fogo vai encantar e iluminar a noite do público.
Graffiti
Para colorir a festa, os artistas Zerrê, Mirs, Kadu e Chorão darão vida a tábuas de madeira descartadas como lixo, servindo de tela para os artistas, construindo de forma poética e numa linguagem da periferia um cenário criativo para a reflexão sobre sustentabilidade em nossa cidade.
Roda Ballroom
Majestade Babilônia, travesti preta, fundadora e mãe da @casadebabilonia
comandará uma apresentação trazendo ritmos como o “trava funk” e brasilidades. O movimento ballroom é uma forma de refúgio, um lugar seguro para a população LGBTI+. A cena surgiu na comunidade negra
latino-americana LGBTI+ da Nova York dos anos 60, se espalhou pelo mundo como um movimento político, de ocupação de espaços e de celebração a diversidade de gênero, sexualidade e raça, e está presente em nossa cidade.
Atividades para as crianças
No período da manhã, das 10h às 13h, o festival vai proporcionar um espaço para que as crianças desfrutem gratuitamente de brincadeiras tradicionais da periferia, como dança das cadeiras, morto-vivo, entre outras.
O evento também contará com pula-pula, cama elástica, distribuição de pipoca e algodão-doce e uma trancista profissional para levantar a autoestima da criançada.
Poesia, Batalha de rima, feira e alimentação
A literatura também estará presente numa roda de poesia aberta à participação do público, todos que se sentirem à vontade para recitar uma poesia terão o espaço aberto.
A programação trará, também, batalha de rima com Mc’s selecionados para as competições regionais do interior de São Paulo. Empreendedores da economia criativa das periferias da grande RMC também compõem o evento com uma feira. Terá praça de alimentação.
Ao todo cerca de 100 profissionais, todos residentes das periferias de Campinas, serão mobilizados para o evento.
Serviço
Data: 23 de julho, das 10h às 22h
Ingresso: 1 kg de alimento não perecível
Local: Sala dos Toninhos, Estação Cultura.
Programação:
- 10h Espaço kids
- 13h Roda de Poesia
- 14h30 Batalha de rima
- 15h30 Circo
- 16h Ruffneck sound system
- 17h Roda Ballroom
- 18h30 Shows (monaju - Sallon - Bobis - Giô)
- 21h10 Saideira Ruffneck + Pirofagia
- 22h Encerramento.
*Sob supervisão de Rose Guglielminetti.
*Sob supervisão de Rose Guglielminetti.