Enchentes aumentam risco de doenças como leptospirose e hepatite A

Secretaria de Saúde de Campinas reforça o alerta de cuidados para prevenção de doenças infectocontagiosas; confira

Por Da redação

Enchentes aumentam risco de doenças como leptospirose e hepatite A
O maior índice de chuva foi registrado no Jardim das Bandeiras
Divulgação/PMC

A Secretaria de Saúde de Campinas (SP) informou, nesta segunda-feira (23), após o final de semana de chuva, que reforçou o alerta de cuidados para prevenção à leptospirose e a hepatite A, em razão de períodos chuvosos até o fim do verão, em março.

Os temporais podem provocar alagamentos de vias na cidade, o que coloca em risco a saúde de pessoas expostas aos reflexos de precipitações mais volumosas. 

Em nota, a prefeitura afirma que faz a entrega de hipoclorito de sódio para moradores de imóveis afetados pelas chuvas quando é constatado risco de transmissão de doenças pelo contato com a água potencialmente contaminada. 

A orientação é para que moradores acionem a Defesa Civil pelo telefone 199 para análise quando ocorrer o incidente. 

As estatísticas indicadas abaixo são gerais e não consideram somente eventual transmissão por água contaminada durante alagamentos provocados por chuvas. 

Leptospirose 

  • 2023 - 14 casos confirmados, sendo que 11 tiveram cura. Ocorreram três óbitos.
  • 2024 - 12 casos confirmados, sendo que dez tiveram cura. Ocorreram dois óbitos.

A leptospirose é uma doença causada por uma bactéria presente na urina de roedores e que pode estar presente na água suja de alagamentos, lama e esgoto. A urina de outros animais contaminados pela bactéria, como cães, também pode transmitir a doença. 

O paciente é infectado após contato direto da pele com a urina contaminada. Os sintomas costumam aparecer entre sete e 14 dias após a exposição. Os primeiros são febre intensa, dor no corpo e redução na quantidade de urina, além de boca e olhos amarelados. 

Hepatite A

  • 2023 - 127 casos
  • 2024 - 114 casos

A hepatite A é causada por um vírus e a transmissão fecal-oral (contato de fezes com a boca) também pode ser decorrente das águas contaminadas em alagamentos de vias. Há ainda possibilidade de contato entre pessoas próximas, via contato sexual oral ou anal. 

Não há tratamento específico para hepatite A. Em nota, a Saúde reforça a orientação contra a automedicação, uma vez que medicamentos desnecessários ou que são tóxicos ao fígado podem piorar o quadro. 

Os sintomas iniciais de fadiga, mal-estar, febre e dores musculares podem ser seguidos de enjoo, vômitos, dor abdominal, constipação ou diarreia. A presença de urina escura ocorre antes do início da fase onde a pessoa pode ficar com a pele e os olhos amarelados. A série de sintomas pode aparecer de 15 a 50 dias após a infecção. 

A vacina contra hepatite A faz parte do Calendário Nacional e há recomendação do Ministério da Saúde de dose única para pessoas aos 15 meses. Detalhes estão na página da prefeitura.

Sintomas

Caso tenha enfrentado situações de alagamentos, fique atento(a) aos sintomas: diarreia, febre, dor de cabeça, náuseas/vômitos, cólicas abdominais, sangue ou muco nas fezes. A orientação é para que inicialmente, a busca por assistência seja feita em um dos 68 centros de saúde de Campinas. Mais informações estão no site da prefeitura. 

     

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