Elize Matsunaga, condenada a 16 anos de prisão por ter matado e esquartejado o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, atuou em, pelo menos, cinco condomínios na cidade de Sorocaba (SP). Ela é investigada pela Polícia Civil da cidade, por uso de documentos falsos para conseguir um emprego em uma empresa de pinturas, após ter conseguido liberdade condicional.
Elize foi detida em Sorocaba (SP), na segunda-feira (27/02), quando esteve na cidade para fazer uma visita. Ela foi interrogada e formalmente indiciada na presença do advogado dela e liberada. Se houver necessidade, ela será chamada para novos esclarecimentos. À polícia, Elize negou a falsificação de documentos.
Essa falsificação, de acordo com o delegado titular do 8° Distrito Policial, Acácio Leite, foi constatada por meio de perícias. Há alterações no QR Code e na numeração do atestado de antecedentes criminais apresentado por Elize. Durante as investigações, foi verificado que Elize teria pego um documento que seria de um outro funcionário da empresa e teria “colado” seu nome de solteira nesse documento.
Segundo o delegado, ela negou a falsificação e responsabilizou a empresa por essa questão. O advogado de Elize, Luciano Santoro, afirma ao Band Multi, que Elize “nega o fato e nem teria qualquer motivo para tanto, já que seu processo não transitou em julgado e ela poderia ter a certidão de antecedentes sem apontamentos”.
O delegado afirma que as investigações continuam para que possam ser ouvidos representantes da empresa, “a pessoa que é a “verdadeira dona” do atestado de antecedentes criminais e mais testemunhas”. Um dos pontos que precisa ser apurado é quem “produziu” essa falsificação.
Supervisora de qualidade
Mais detalhes sobre a operação “Nada Consta”, deflagrada por policiais civis do 8° Distrito Policial de Sorocaba, e as providências tomadas pela polícia, foram apresentados durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (28/02). O delegado Acácio Leite contou que Elize trabalhou para uma empresa de pinturas em Sorocaba e atuou em áreas como a de supervisão de qualidade e contato com clientes em, pelo menos, cinco condomínios, inclusive de alto padrão, em diferentes regiões da cidade.
Leite, acompanhado do delegado seccional de Sorocaba, José Humberto Urban Filho, fala sobre o início das investigações:
De acordo com o delegado, após o Carnaval, policiais descobriram que Elize não estava mais atuando em Sorocaba e teria voltado para Franca (SP), onde mora. Ele contou que a intenção era deflagrar a operação nesta semana, mas pelo monitoramento do veículo dela, os policiais descobriram que ela estava a caminho de Sorocaba. “Nós, então, deslocamos uma equipe para Franca, na madrugada de segunda-feira, com ordem judicial de cumprir mandado de busca na casa dela, e outras equipes permaneceram em Sorocaba. Nos posicionamos na rodovia José Ermírio de Moraes, a Castelinho e, por volta do meio dia, passamos a acompanhar a chegada dela, que foi abordada na avenida Dom Aguirre”.
Em um outro trecho da coletiva, o delegado Acácio Leite fala sobre o momento da abordagem e quais as providências que a polícia tomou após ouvir Elize.