Acontecem nesta Sexta-Feira Santa, dia 7 de abril, dois eventos tradicionais de Campinas (SP): a Festa do Boi Falô e a Festa do Fecha Corpo, ambos realizados no distrito de Barão Geraldo (veja os detalhes abaixo). Além das festas, haverá a Cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana no Sábado de Aleluia, no dia 8.
Festa do Boi Falô
A tradicional Festa do Boi Falô realiza a sua 27ª edição nesta Sexta-Feira Santa, dia 7 de abril, a partir das 10h, na Praça do Coco, no distrito de Barão Geraldo. Haverá apresentações culturais, de teatro, congada, contação de histórias e praça de alimentação (veja a programação abaixo).
A festa é considerada a maior celebração popular do distrito de Barão Geraldo. A Lei nº 8907, de 1996, tornou oficial a Festa do Boi Falô, que passou a integrar o calendário oficial do Município de Campinas.
Programação
- Espetáculo com o Teatro de Pano – A Lenda do Boi Falô nas Terras do Barão
- A Congada Rosário das Caixeiras das Nascentes
- Contação de histórias com Ulisses Junior – A Lenda do Boi Falô
- Show Por Todo o Canto de João Ormond
- Apresentação do espetáculo Dançando as Raízes Afro Brasileira com o Grupo Savuru
- Apresentação artística dos alunos da EMEF/EJA Profª. Dulce Bento Nascimento
- Apresentação da Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo do Histórico da Lenda do Boi e do "Pai Toninho" milagreiro.
Festa do Fecha Corpo
A 19ª Festa do Fecha Corpo acontece também em Barão Geraldo, neste sábado (7/4), das 10h às 19h. O evento será realizado no Bar Toca do Tatu, na Rua Ângelo Vicentin, 598, Centro, distrito de Barão Geraldo, Campinas, em frente ao Salão Paroquial Santa Isabel
Terá a distribuição de lanches com patê de atum e sardinha e doses da cachaça preparada com sete ervas e curtida pelo período de 45 dias, durante a Quaresma.
A festa, que já é tradição no distrito, consiste em tomar uma cachaça especial elaborada com sete ervas, considerada um "santo remédio" para "fechar o corpo" contra mau-olhado, inveja e doenças. A mistura de 100 litros da cachaça com as ervas foi feita na Quarta-feira de Cinzas (22 de fevereiro). Passou todo o período de Quaresma descansando num barril de carvalho, lacrado e amarrado com sete nós de barbante.
A Festa do Fecha Corpo de Barão Geraldo foi inspirada em evento do mesmo nome que acontece em Monte Alegre do Sul. Foi trazida para o distrito por um antigo morador, Antonio Scavassa, já falecido. O primeiro evento contou com apenas 1,5 litro de cachaça, mas desde então não parou de crescer.
Agora, na 19ª edição, serão distribuídos gratuitamente 100 litros. Este será o primeiro grande evento pós-pandemia e espera-se um público aproximado de 3 mil pessoas.
Cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas
A tradicional Cerimônia da Lavagem da Escadaria da Catedral Metropolitana de Campinas será realizada neste Sábado de Aleluia, 8 de abril. As atividades começam às 9h e se encerram às 17h.
A edição deste ano traz, além do cortejo, uma programação cultural paralela com duas exposições, inauguração de uma sala de leitura e apresentações de teatro, capoeira, samba de bumbo e show com a cantora Leci Brandão. Todas as atividades gratuitas.
O cortejo da Lavagem das Escadarias sai do prédio histórico Estação Cultura, cujo povo negro participou na construção e segue para a Catedral Metropolitana de Campinas, também construída pelas mãos do povo negro escravizado e marginalizado.
A concentração começa às 9h45 com a concentração das comunidades religiosas, grupos culturais e sociedade civil. O traje é rigorosamente branco.
A Lavagem é um potente processo cultural de matriz africana na cidade que acontece desde 1985, em todo Sábado de Aleluia, e tem como idealizadoras Mãe Corajacy e Mãe Dango.
A cerimônia tem como objetivo homenagear os Povos Bantus. A maior parte dos negros escravizados que foram trazidos para o Brasil eram de etnias Bantu (Congo, Benguela, Ovambo, Cabinda, Angola, Macua, Angico, entre outros).
A despeito do intenso processo de aculturação a que foram submetidos quando chegaram no Brasil, muito de sua cultura original preservou-se. Muito do vocabulário atual do português que é falado no Brasil, por exemplo, tem origem bantu. Mais especificamente, se origina do idioma quimbundo, uma das línguas nacionais de Angola.