Diante do aumento de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por gripe, a Prefeitura de Campinas (SP) emitiu um alerta nesta sexta-feira (8) para a importância da vacinação como medida preventiva contra a doença, sobretudo para grupos considerados prioritários.
Em nota, o executivo reforça que a dose é segura e, neste ano, protege contra o Influenza A (H1N1 e H3N2) e B/Victoria, e continua disponível nos 68 centros de saúde (CSs) da cidade.
O grupo prioritário é formado por crianças, idosos, gestantes e puérperas. No entanto, desde 2 de maio todas as pessoas a partir de 6 meses podem tomar a dose contra gripe.
A maioria das mortes foi de pessoas com comorbidades, ou seja, que tinham uma ou mais doenças preexistentes e estavam mais suscetíveis para complicações em caso de infecção pelo vírus, e/ou que não receberam a vacina contra gripe.
Cobertura de vacinação contra gripe em Campinas neste ano
- idosos – 54,34%
- crianças – 73,59%
- gestantes – 38,22%
- puérperas – 25,26%
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda uma cobertura vacinal de 95%. Segundo assim, todos os grupos de risco estão longe do recomendado.
Estatísticas
2024
De janeiro a outubro deste ano, a Secretaria de Saúde registrou 290 casos de SRAG por Influenza em Campinas: 248 pela Influenza A e 42 pela B.
Em relação ao total, 158 pessoas tinham comorbidades, e 132 não apresentavam. Neste grupo, 180 foram vacinadas, 34 não, e a Saúde não localizou informações de 76 pessoas.
Neste período foram 23 óbitos provocados pela doença: 21 por Influenza A e dois pela B.
Sobre este grupo, 21 pessoas tinham comorbidades, e duas não. Além disso, 18 destes residentes não tinham sido vacinados, enquanto cinco receberam o imunizante.
2023
No ano passado foram contabilizados 167 casos de SRAG por Influenza na cidade: 115 pela Influenza A, 49 pela B, e em três casos não foi identificado o tipo do vírus Influenza.
Em relação ao total, 94 pessoas tinham comorbidades, e 73 não apresentavam. Neste grupo, 12 foram vacinadas, 35 não, e a Saúde não localizou informações de 120 pessoas.
No intervalo considerado foram 12 óbitos: cinco por Influenza A e sete pela B.
Sobre este grupo, oito pessoas tinham comorbidades, e quatro não. Além disso, 11 destes residentes não tinham sido vacinados, enquanto um recebeu o imunizante.
O que mudou?
“A diferença pode ser explicada por fatores como aumentos da circulação dos vírus e da exposição das pessoas que seguem cada vez menos as medidas de prevenção como evitar aglomerações, limpeza de superfícies e das mãos, além das baixas coberturas vacinais. Neste ano, apenas 54,34% dos idosos se vacinaram, ou seja, quase metade dos nossos idosos está sem vacina. Os demais grupos de risco também estão com muitas pessoas sem vacinar. Quanto ao aumento de óbitos, ele foi proporcional ao aumento dos casos em geral, mas observamos as mesmas características nos dois anos. Foram 7,9% de óbitos entre os casos de influenza em 2024, e 7,2% em 2023. A grande maioria dos óbitos ocorreu em pessoas com comorbidades, 66,6% em 2023, e 91,3% em 2024. E sem vacinação foram 91,6% em 2023, e 78,2% em 2024. Este fato reforça a importância da vacinação nos grupos prioritários”, destacou a médica pediatra Elda Motta, da Secretaria de Saúde.
COBERTURA VACINAL
Estado de SP
- idosos – 49,15%
- crianças – 68,77%
- gestantes – 31,58%
- puérperas – 13%
Brasil - idosos – 48,15%
- crianças – 68,23%
- gestantes – 36,81%
- puérperas – 18,39%