A suspensão do sigilo sobre os áudios que revelam um esquema de corrupção na Câmara de Vereadores de Campinas, e que fizeram com que o Ministério Público deflagrasse uma operação para investigar corrupção passiva na Câmara de Vereadores de Campinas, revelam que houve tentativa de extorsão contra o Grupo Mais, empresa responsável pela operação da TV Câmara. O Gaeco investiga o presidente do Legislativo, Zé Carlos (PSB) e o subsecretário de Relações Institucionais da Casa, Rafael Creato.
O primeiro contato com o dono da empresa ocorreu numa reunião entre Zé Carlos, Rafael e Celso Palma. Neste encontro, o presidente alertou que haveria necessidade de rever o contrato porque tinha muitos penduricalhos, o que encarecia o contrato de cerca de R$ 4,6 milhões. Com os penduricalhos chegava a R$ 5,7 milhões. A conversa girou sobre a necessidade de reduzir custos.
Já num segundo encontro entre Rafael e Celso, o subsecretário diz que estudou a proposta e que haveria duas possibilidades: uma nova licitação ou prorrogação do contrato. É neste momento que o subsecretário, Rafael Creato, faz um pedido:
Ele (presidente) quer saber qual seria a contraproposta para manter e de que forma a empresa pode fazer para ajudar. Há uma pressão (refere-se à empresa anterior que estaria oferecendo propina para os vereadores para voltar a prestar o serviço.
O empresário, que gravou todas as conversas e procurou os promotores do Gaeco, perguntou o que poderia oferecer.
"Ele (Zé Carlos) passou o valor?”, empresário.
Rafael Creato disse que não.
Foi então conversado para aumentar o número de horas do contrato da TV. O empresário disse que o contrato estava no limite e que haveria necessidade de aumentar o número de horas.
“Vou tentar trabalhar e sobrar a gordura para eu dizer: Isso não é meu”, empresário.
A Operação Lambuja apura um esquema de cobrança de propina para manter ou prorrogar contratos terceirizados na Câmara. Os promotores fizeram busca e apreensão na casa de Zé Carlos e de Rafael Creato.