O que você faria? Idosa casada se reconecta com amor de adolescência e pensa em largar tudo

Confira mais uma história do "Quem Ama Não Esquece"

Da redação

O que você faria? Idosa casada se reconecta com amor de adolescência e pensa em largar tudo
Veja a história do "Quem Ama Não Esquece"
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Aos 60 anos, Estela tinha uma vida estável, com filhos, netos e um casamento duradouro com o Antônio. Acontece que, na juventude, ela teve uma primeira paixão: Mario.

Eles namoraram, mas tiveram que se afastar porque o rapaz foi morar em outro país. Décadas depois, Mario encontrou Estela nas redes sociais e os sentimentos antigos vieram à tona.

Agora, dividida entre a segurança do casamento e a emoção do amor perdido, essa senhora se vê em uma encruzilhada, sem saber se deve seguir seu casamento estável ou se arriscar com Mario, sua antiga paixão.

Leia mais uma história do Quem Ama Não Esquece:

Alguns amores são bonitos porque não foram vividos? Ou todo amor de verdade merece uma segunda chance? Meu nome é Estela. Eu tenho 60 anos e uma vida bem resolvida: filhos, netos, um casamento que já dura décadas, mas agora... 

Bem, depois de tanto tempo, eu me vejo dividida entre dois caminhos que, para ser sincera, imaginei durante a minha vida inteira, mas nunca pensei que realmente fosse acontecer.

Eu tinha 16 anos quando conheci o Mário. Nós dois éramos tão jovens! Mesmo assim, a gente se apaixonou de uma forma arrebatadora. Sabe aquele primeiro amor?

Aquele amor adolescente, que a gente pensa que é capaz de matar e morrer pela pessoa? Eu fiquei completamente louca por ele. O Mario foi o primeiro homem da minha vida.

Eu me entreguei para ele porque eu tinha certeza de que ele seria não só o primeiro, mas o único. Em poucos meses de namoro, a gente fez planos (e mais planos) e eu já tinha todo o nosso futuro desenhado na minha cabeça.

O problema é que a juventude não entende de destino. Depois de seis meses de um amor lindo, inocente e muito intenso, o Mario me deu uma notícia que estraçalhou o meu coração.

Mario: Eu não tenho o que fazer, Estela. 

Estela: Mas você não pode! Você não pode ir!

Mario: Eu também não queria, mas o que eu posso fazer?

Estela: Brigar. Dizer que não vai. Que vai fazer greve de fome. Seus pais não podem te obrigar a mudar assim! 

Mario: Tudo o que eu queria era ficar aqui, meu amor! Mas a gente pode dar um jeito. A gente não precisa terminar. 

Estela: Ah, por favor, Mario! Você vai mudar para o outro lado do país…

Mario: Eu vou te ligar, te escrever... Você vai ver.

Algumas semanas depois, eu vivi o dia mais triste da minha vida. O Mario foi embora e a minha sensação era a de que alguém tinha morrido.

Apesar de querer acreditar que a gente ia mesmo conseguir namorar à distância, nós dois sabíamos que era impossível. Na época, nem existia internet direito. 

Pouco tempo depois de ele ir, eu já não sabia mais nada do Mário e tudo o que a gente tinha vivido — todos os planos e sonhos — ficou para trás. Só Deus sabe o quanto eu sofri. 

Eu juro por tudo o que é mais sagrado que eu chorei todos os dias por cinco anos. Eu sofria em silêncio, me perguntando onde ele estava, se ainda pensava em mim, se um dia a gente ia se ver outra vez…

Eu chorava lembrando dos nossos momentos, do que a gente tinha prometido um para o outro. Eu chorei com raiva do mundo por ter sido tão cruel comigo.

Eu sei que, ouvindo agora, pode parecer que era só uma bobagem de adolescente — e eu queria mesmo que tivesse sido, mas não era.

Eu tinha realmente conhecido o amor da minha vida aos 16 anos e, por mais que os dias, os meses e os anos fossem passando, eu não conseguia esquecê-lo. Eu queria, tentava, mas só pensava no Mario.

Após cinco anos, quando eu já era uma mulher feita, entendi que precisava seguir a vida e, aos poucos, a dor foi virando uma doce lembrança.

Conheci um rapaz chamado Antônio na faculdade. Um homem bom, parceiro, que me fez, pela primeira vez naquele tempo todo, esquecer um pouco do Mario.

Eu e o Antônio namoramos e nos casamos. Ele me deu uma família linda com filhos e até netos. Sempre me senti feliz ao lado dele, isso eu não posso negar, mas, dentro do meu coração, ainda existia um cantinho secreto, fechado a sete chaves, onde o Mario estava guardado.

Aquele amor que eu disse que senti pelo meu primeiro namorado não era igual ao que eu sentia pelo Antônio. Isso me deixava pensativa: será que a gente realmente só tem uma alma gêmea? Será que o Mario era a minha?

O Antônio era um bom marido. Sempre foi presente, um pai dedicado e companheiro fiel. A vida com ele era segura e tranquila. Nós construímos tudo juntos: casa, carreira, família... 

Nós tivemos nossos momentos de felicidade, mas, claro, também tivemos nossas crises. O desgaste do tempo, a rotina, a falta de paixão. Quantas e quantas vezes eu me perguntei se era assim que o amor deveria ser?

Um casamento em que a gente vive no automático, em que o meu marido chegava do trabalho cansado e não me dava nem um beijo, em que a gente, muitas vezes, ia dormir sem falar boa noite, em que a vida passou a se resumir em trabalhar de segunda a sexta e ir ao mercado ao fim de semana.

Eu era uma mulher com vontades, desejos, com vida para viver. Mas, ao lado dele, eu me sentia cada vez menos viva. O silêncio entre nós dois gritava e, vez ou outra, eu me pegava sozinha, olhando para o nada, suspirando, sentindo uma saudade que não tinha nome.

Até que, meses atrás, eu estava na minha rede social, quando recebi uma solicitação de amizade. Quando eu vi quem era, meu coração quase parou. Era ele! O Mario! 

Eu não podia acreditar. Depois de mais de 40 anos, era ele! Mais velho, sim, mas ainda bonito, bem conservado. O tempo tinha feito bem para ele.

Eu aceitei o pedido de amizade e, na mesma hora, ele me mandou uma mensagem dizendo que tinha voltado para a cidade e que queria me encontrar para botar o papo em dia.

Eu fiquei totalmente desnorteada. Eu poderia encontrar com ele? Eu devia? Bom, eu me convenci de que não tinha mal algum sair para tomar um café com um velho amigo e relembrar os tempos antigos. 

Mario: Estela! Quantos anos! Que bom que você aceitou o meu convite! 

Estela: Eu nem acredito, Mario. Nem acredito que você foi lembrar de mim. 

Mario: Como assim? Eu nunca poderia te esquecer. E, quando eu voltei, você foi a primeira pessoa que pensei em procurar. 

Estela: São tantos anos... 

Mario: Você ainda está igualzinha. 

Estela: Ah, por favor! Não exagera. 

Mario: Tô falando. O tempo te fez bem! Eu vi pelas fotos que você já é avó... Não dá para acreditar. 

Estela: Tenho dois netinhos, são os amores da minha vida. E você, tem netos também? 

Mario: Nem netos, nem filhos, nem esposa. Eu nunca me casei, Estela. Nunca amei o suficiente para isso…

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